Entenda por que os temores de recessão nos EUA derrubaram as Bolsas globais
Os mercados acionários globais operam em forte queda nesta segunda-feira (5). O mau humor é reflexo de dados negativos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que ampliaram o temor por uma recessão na maior economia do mundo.
O que aconteceu
Mercado de trabalho dos Estados Unidos perde força. O relatório de trabalho divulgado na última sexta-feira (2) mostra que uma menor criação de vagas na economia norte-americana e um aumento da taxa de desemprego para 4,3%.
Dados negativos aumentam temores de recessão nos EUA. A piora do mercado de trabalho norte-americano, com a menor contratação de pessoas em quase três anos, é avaliada como um pé no freio da maior economia do mundo.
O 'payroll' engatilhou um receio mais profundo de uma queda brusca na atividade, isso está causando uma diminuição de risco geral.
Diego Chumah, gestor de bolsa macro do ASA Hedge
Recessão nos Estados Unidos afeta a economia mundial. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, explica que o efeito cascata é originado devido à relevância da economia norte-americana nas relações comerciais.
A probabilidade de recessão da economia norte-americana afeta em cheio a expectativa de lucratividade das empresas e boa parte dos investidores optam nesses momentos em sair de ativos com maior risco.
Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos
Taxa de juros contribui para perda de ritmo da economia. Os números negativos abrem espaço para uma redução dos juros da economia norte-americana, fixada no intervalo entre 5,25% a 5,5% ao ano. O patamar é o maior em 20 anos e inibe o consumo e, consequentemente, afeta o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto).
Mercados em queda
Temores afetam os mercados acionários do mundo. O primeiro pregão da semana foi caótico na Ásia, com o Índice Nikkei 225, de Tóquio, em queda acima de 12%. O resultado representa a maior perda desde a queda de 4.451,28 pontos registrada em outubro de 1987.
Cenário também contamina outros mercados asiáticos. Os índices chineses tiveram as baixas mais limitadas, na casa de 2%. Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 8,77%, enquanto Kodaq recuou 11,3%. Já o Índice Hang Seng, de Hong Kong, apresentou perda de 1,6%.
Os mercados asiáticos, que já estavam fechados, então reagiram bem mal, bem pior do que os mercados latinos, na abertura de ontem à noite.
Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos
Reflexos da crise devem atingir as ações brasileiras. Na pré-abertura desta segunda-feira (5), o EWZ, índice futuro do Ibovespa, desabava quase 4%. "A gente deve ter um dia mais duro, não só aqui no Brasil, mas no mundo", prevê Caio Tonet, diretor de operações da W1 Capital.
O caso que está acontecendo agora com certeza contamina as bolsas, principalmente em países emergentes, que é o caso da bolsa brasileira, que acaba sendo mais sensível ao risco como um todo.
Caio Tonet, diretor de operações da W1 Capital
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