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BC admite possibilidade de aumentar juros para conter a inflação

Imagem: Getty Images/iStockphoto

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/08/2024 09h35

O BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (6) a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). No documento, a autoridade monetária justifica a manutenção da taxa básica de juros em 10,5% ao ano e admite a possibilidade de voltar a elevar a Selic "se julgar apropriado" para manter a inflação na meta. A última alta da taxa ocorreu há dois anos, em agosto de 2022.

O que aconteceu

O Copom não descarta futuras elevações da taxa básica de juros. Apesar de observar a perda de ritmo da inflação, os diretores da autoridade monetária defendem a necessidade de manter a inflação no intervalo da meta. A percepção considera um cenário alternativo, que traz as projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acima da meta para os próximos anos.

O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.
Ata do Copom

BC se compromete com a meta de inflação. "O Comitê não se furtará ao seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação", diz ata. Segundo o Copom, as expectativas e a valorização do dólar ante o real são preocupantes.

Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador.
Ata do Copom

Economia mundial é vista como fator de risco. Os diretores do BC citam ainda que a incerteza global e as oscilações cambiais mais abruptas exigem "maior cautela na condução da política monetária doméstica". " A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", destaca a ata.

O Comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela.
Ata do Copom

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