Copom mantém taxa de juros em 10,5% ao ano pela 2ª vez consecutiva

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) manter a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, em 10,5% ao ano. Esta é a segunda vez consecutiva que os membros do Comitê decidem pela manutenção da taxa.

Justificativas

A decisão de hoje foi unânime. O Copom afirma que a política monetária deve continuar contracionista até que haja desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta. "O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta", afirma em nota.

O colegiado diz que o ambiente internacional continua "adverso". O comunicado cita a incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países. O cenário exige cautela para países emergentes, afirma o Comitê.

No Brasil, o Comitê afirma que observou indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho. Ambos estão com um "dinamismo maior que o esperado", segundo o comunicado. "A desinflação medida pelo IPCA cheio tem arrefecido, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", afirma.

A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.
Copom, em nota

A manutenção da taxa era esperada pelo mercado.

Impactos dos juros na economia

A Selic é chamada de taxa "básica" de juros. Isto porque serve como referência para outros juros do mercado, como os cobrados em empréstimos e financiamentos. Juros menores deixam o crédito mais barato, favorecendo o consumo; quando estão mais altos, o efeito é o contrário.

Os juros também afetam a geração de empregos. Quando a taxa está alta, o custo de operação de uma empresa é maior, o que desestimula investimentos e contratações. À medida que a Selic cai, empresários ficam mais dispostos a tomar riscos e crédito para crescer e, consequentemente, gerar empregos.

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A Selic influencia ainda nos investimentos financeiros. Com juros baixos, as aplicações de risco, como ações, tendem a ser mais buscadas. Os juros altos favorecem produtos de renda fixa, como títulos do Tesouro, CDB e LCI.

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