Nubank, XP e PagBank entrarão no MSCI Brazil, índice estrangeiro de ações
Ações de companhias brasileiras listadas em Bolsas estrangeiras entrarão no índice MSCI Brazil a partir de 2 de setembro. Com isso, seis empresas devem ser beneficiadas com fluxo bilionário de investimentos globais segundo análises de estrategistas. Dentre elas estão Nubank, Stone, PagBank e XP.
O que aconteceu
O MSCI, sigla para Morgan Stanley Capital International, é um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em Bolsas de valores internacionais. Um dos índices do banco americano é o MSCI Brazil, que mede o desempenho do mercado de capitais brasileiro a partir de uma coleção de ações selecionadas. Em 31 de julho, o MSCI Brazil era composto por 48 ações, que representavam cerca de 85% do mercado de capitais brasileiro.
A partir de 2 de setembro, o índice incluirá novas ações. Na nova composição, entram as ações das seguintes empresas:
- Nu Holding, do Nubank
- Corretora XP
- PagBank
- Stone
- Banco Inter
- Embraer
Por outro lado, saem os papéis das Lojas Renner e da Eneva. Para adição ou remoção, a cada trimestre o banco leva em consideração o volume de negociação dessas ações, volatilidade nos preços, tamanhos das empresas e outros fatores.
Todas as novas listagens estrangeiras a serem adicionadas entram na categoria de empresas financeiras, com exceção da Embraer. "Portanto, estimamos que o peso das financeiras dentro do MSCI Brazil aumentará de 25% para 37% após o rebalanceamento", disse David Beker, chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America em relatório publicado nesta quarta (14). "A inclusão dos novos constituintes estrangeiros ao MSCI Brazil elevará o valuation [dessas empresas].
Empresas podem ter fluxo de investimento bilionário
Carteiras de fundos de investimentos usam o índice MSCI como benchmark. Ou seja, compram ações na mesma proporção da participação de cada empresa no índice MSCI para manter a referência, o que impulsiona as cotações das incluídas.
Com isso, as empresas ganham visibilidade para o mercado de capitais internacional. "Essa mudança é muito positiva e relevante. O grande destaque dessas inclusões se dá em Nubank e XP, por terem o maior peso no MSCI Brazil [9,3% e cerca de 2%, respectivamente], e principalmente pelo fato de serem empresas que estão em amplo processo de crescimento", comenta Marcos Moreira, CFA e sócio da WMS Capital.
Índice passou a incluir ações de brasileiras listadas em Bolsas estrangeiras em fevereiro. Na ocasião, estrategistas do banco americano disseram que a decisão seria uma "virada de jogo para o mercado de capitais brasileiro" e que o movimento poderia resultar em um destravamento de fluxo de US$ 4,7 bilhões (cerca de R$ 25,6 bilhões, na cotação de 13 de agosto) em nota aos investidores.
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