Bolsa e dólar fecham com perdas em dia fraco
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou nesta quinta-feira (12) em baixa, puxada principalmente pela queda nas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). O Ibovespa teve desvalorização 0,48%, indo a 134.029 pontos. Com a perspectiva de alta da Selic, os investidores saem da Bolsa para apostar na renda fixa.
O dólar teve outro dia de sobe e desce mas na parte da tarde a baixa se consolidou. Terminou o dia em queda de 0,51%, indo a R$ 5,619. O dólar turismo fechou em R$ 5,84.
O que aconteceu
Os preços do petróleo subiram pelo segundo dia consecutivo. A cotação do tipo Brent aumentou 1,88%, para US$ 71,97 o barril. Graças à apreensão sobre o potencial do Furacão Francine de interromper a produção de petróleo nos Estados Unidos os valores foram corrigidos para cima. O minério de ferro seguiu em recuperação depois de ter os preços caindo abaixo de US$ 90 a tonelada no começo da semana.
Mas os papéis da Petrobras não respondem a esse ganho. PETR3 caiu 0,95%, para R$ 40,58, enquanto PETR4 baixou 0,91%, para R$ 36,95, conforme dados preliminares.
Isso depois que o Goldman Sachs reduziu o preço alvo dos ativos. O banco prevê um potencial de alta menor já que a empresa deve ter maiores perdas com o valor do petróleo a US$ 70 o barril. O preço alvo do GS para PETR3 caiu de R$ 43,40 para R$ 40,97, enquanto o de PETR4 baixou de R$ 39,40 para R$ 37,29.
A valorização do petróleo, entretanto ajudou o real. É o que diz Cristiane Quartaroli, economista chefe do Ouribank. "O dólar teve queda hoje em vários países emergentes por conta da alta do preços de produtos básicos, como o petróleo e o minério de ferro", explica ela.
Desta maneira, as ações da Vale (VALE3) tiveram alta. Com peso de 11,32%, elas ajudaram o Ibovespa a não ter uma queda tão grande no dia. O papel subiu 1,28%, para R4 58,33, conforme dados preliminares.
Dia fraco
Das cinco ações mais negociadas no dia, todas tiveram queda. "O mercado está muito fraco. Tudo está recuando", diz Rodrigo Moliterno Head de Renda Variável da Veedha Investimentos.
Nos últimos dias, a Bolsa têm tido pouco volume de negociação. Enquanto a média do ano é de R$ 23,3 bilhões por dia, hoje, de acordo com dados preliminares, o volume negociado foi de R$ 18,8 bilhões. Ontem, quarta-feira (11), a B3 registrou R$ 18,8 bilhões em negócios. Na terça-feira (10) foram R$ 19 bilhões. Bem abaixo da média de agosto, que foi de R$ 27,1 bilhões ao dia.
Esse ritmo debilitado só deve mudar depois do dia 18, quando o Federal Reserve, o banco central dos EUA, corta juros. "A causa é a falta do gringo. O investidor estrangeiro aguarda a decisão de juros nos EUA e a eleição americana para definir onde vai colocar seu dinheiro", diz Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.
O capital estrangeiro é mais da metade do fluxo de capital da Bolsa. Além dessa espera, segundo Castro, contribuem também o pessimismo local e a Selic em alta. "Ela atrai mais investidores para a renda fixa, que paga acima de dois dígitos e pode render mais ainda, com a expectativa de alta de juros", explica o especialista.
Juros lá fora
O corte de 0,25 ponto nos juros da Zona do Euro também atrapalhou. Na Europa, agora, a taxa anual — que teve uma primeira baixa em junho, do mesmo tamanho — é de 3,5%. Isso fortalece as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece seu ciclo de cortes de maneira leve, com 0,25 ponto porcentual. Um corte maior beneficiaria o mercado brasileiro.
Nos EUA, a inflação ao produtor, o PPI, veio de acordo com as expectativas. Os preços no atacado subiram em agosto 0,2%, informou o Bureau of Labor Statistics.
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