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Governo minimiza estouro da meta de inflação e culpa clima

Ministro Rui Costa fala no Planalto Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Do UOL, em Brasília

10/01/2025 12h54

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, minimizou a inflação acima do teto da meta em 2024 e justificou o aumento pelas condições climáticas no Brasil.

O que aconteceu

A inflação oficial do Brasil fechou 2024 com alta acumulada de 4,83%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a variação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ultrapassa o teto da meta.

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Rui Costa citou as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca em diversos pontos do país como propulsores da alta. "No ano de 2024, nós tivemos eventos climáticos muito extremos, tanto seca em várias regiões produtoras ao longo do ano como enchentes em várias regiões produtoras", argumentou.

A principal alta se deu em alimentos e combustível. As carnes (20,84%), a gasolina (9,71%), os planos de saúde (7,87%), o óleo de soja (29,21%), o azeite de oliva (21,53%), o café moído (39,6%) e o leite longa vida (18,83%) aparecem entre os vilões do bolso dos brasileiros no ano passado.

Grande parte desses produtos estão ligados ao agro —e esta foi a base do argumento do minitro. "Tanto é que o PIB [Produto Interno Bruto] cresceu em torno de 3,5%, tendo a indústria puxando a renda e o consumo puxando o PIB e a agricultura foi negativa, o crescimento deverá ser negativo —diferentemente do que foi em 2023, onde o grande puxador do crescimento do PIB foi a agricultura", afirmou.

"Eu diria que isso [a inflação] deve se acomodar", afirmou o ministro. "O conjunto de medidas fiscais votadas em dezembro, isso vai, inclusive, dialogar e já está promovendo seus efeitos", disse.

Como foi o IPCA

A variação é a maior para um período entre janeiro e dezembro desde 2022, quando o IPCA acumulou alta de 5,78%. Em 2023, a inflação anual foi de 4,62% e ficou dentro do intervalo da meta após dois anos seguidos de descumprimentos.

Limite da meta de inflação para 2024 era de 4,5%. O valor definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) considera a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual sobre a meta fixada em 3% para o IPCA do ano passado. O mercado financeiro estimava que o IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em dezembro seria de 4,89%.

Variação ultrapassa o teto da meta desde outubro. Desde a divulgação que apontou uma taxa acumulada de 4,76%, o IPCA não voltou mais a aparecer dentro do intervalo da meta, que, até então, havia sido superado apenas em janeiro (4,51%).

Banco Central terá que justificar furo da meta. A determinação estabelece que o presidente do BC (Banco Central) encaminhe uma carta pública para o ministro da Fazenda sempre que a inflação superar a meta definida pelo CMN. A publicação deve acontecer ainda nesta sexta-feira.

BC já admitia o estouro do limite preestabelecido. No último RTI (Relatório Trimestral de Inflação), divulgado em dezembro, a autoridade monetária cravou que a chance de o IPCA superar 4,5% no acumulado de 2024 era de 100%. Para este ano, a possibilidade de um novo descumprimento da meta está em 50%.

Inflação de dezembro representou uma aceleração. A variação de 0,52% do IPCA no mês passado representou um ganho de ritmo do índice oficial de preços em comparação com a taxa de 0,39% apurada em novembro. Em dezembro de 2023, a inflação foi de 0,56%.

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