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Preço do aluguel salta 32,4% acima da inflação em três anos, mostra FipeZap

Imagem: Itaci Batista/Estadão Conteúdo

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

14/01/2025 00h05

O valor médio da locação residencial no Brasil subiu 13,5% em 2024, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo índice FipeZap. Ainda que expressiva, a variação representa uma perda de força em relação às variações apuradas em 2022 (16,55%) e 2023 (16,16%). No período, a alta acumulada de 53,66% supera a inflação em 32,44%.

O que aconteceu

Preço do aluguel mantém trajetória de alta em 2024. O aumento apurado com base no valor médio de locação residencial em 36 cidades brasileiras engatou o sétimo ano consecutivo de alta. A última variação negativa do indicador foi registrada em 2017 (-0,69%).

Alta do Índice FipeZap representa desaceleração. O avanço de 13,5% verificado entre janeiro e dezembro do ano passado é inferior aos contabilizados em 2022 (16,55%) e 2023 (16,16%). No período, a alta acumulada totaliza 53,66%.

Variações dos preços do aluguel superam a inflação. A alta real das locações residenciais na comparação com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) alcança 8,27% no ano passado e supera 32,44% no acumulado dos últimos três anos.

Motivações diferentes ocasionaram as valorizações. Paula Reis, economista do DataZAP, explica que o ano de 2022 foi marcado pela recomposição dos preços após o arrefecimento da pandemia, período em que os proprietários suspenderam os reajustes. Nos dois anos seguintes, ela afirma que a valorização está ligada à evolução do ambiente macroeconômico.

O emprego, que é um fator importante para o mercado de locação, em 2024, atingiu seu recorde, impactando positivamente o setor.
Paula Reis, economista do DataZAP

Valor médio do aluguel aumenta para R$ 48,12/m². Segundo o FipeZap, os preços oscilam conforme as condições dos imóveis. Os maiores valores foram observados para locações de um dormitório (R$ 63,15/m²) e os menores, entre unidades com três dormitórios (R$ 41,50/m²).

Locações devem seguir mais caras em 2025. Reis afirma que o preço dos aluguéis caminha para uma nova valorização acima da inflação neste ano. "A tendência de desaceleração verificada ao longo de 2024 pode ser revertida, em razão da situação do mercado de venda, que está mais restrito em razão do aumento da Selic, do esgotamento dos recursos da poupança e do mercado de trabalho aquecido", avalia ela.

Rentabilidade do aluguel perde para outras aplicações. Para os investidores que optaram pela aquisição de um imóvel para obter renda, o retorno médio do aluguel residencial foi avaliado em 6,01%. O retorno é inferior ao apresentado para aplicações financeiras de referência nos próximos 12 meses, que aumentou significativamente no segundo semestre de 2024 com os aumentos da inflação e da taxa Selic.

Cidades

Barueri (SP) tem o aluguel mais caro do Brasil. O preço médio de locação na cidade localizada na região metropolitana de São Paulo aumentou 10,75% no ano passado, para R$ 65,41. Com a alta, o município aparece como o mais caro para morar de aluguel no país.

São Paulo aparece na liderança entre as capitais. A locação na cidade sai por, em média, R$ 57,59, após variação de 11,51% ao longo do ano passado. Na sequência, aparecem Florianópolis (SC), Recife (PE), São Luís (MA), Belém (PA) e Maceió (AL), com metros quadrados estimados em, respectivamente, R$ 54,97, R$ 54,95, R$ 52,09, R$ 51,83, R$ 51,51.

Outras duas cidades têm aluguel acima da média. O valor também fechou 2024 acima da base nacional também em Santos (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), localidades com o preço médio das locações calculado em R$ 51,31 e R$ 48,81, respectivamente.

Pelotas (RS) é o município mais barato para alugar imóvel. Conhecida como Princesa do Sul, a cidade tem o valor médio do metro quadrado avaliado em R$ 18,61. Na sequência, Teresina (PI), Aracaju (SE), São José do Rio Preto (SP) e Ribeirão Preto (SP) também têm valores médios do aluguel abaixo de R$ 30.

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