Em meio à guerra comercial, China fortalece relacionamento com vizinhos

O presidente chinês Xi Jinping deu início hoje as viagens oficiais de uma semana pelos países vizinhos no sudeste asiático. Ele desembarcou em Hanói, no Vietnã, a convite da secretaria-geral do Partido Comunista do Vietnã (CPV) e do presidente Luong Cuong. O presidente chinês pretende fortalecer as relações comerciais da região.

O que aconteceu

O presidente chinês apela ao fortalecimento regional. Em um artigo publicado no jornal local Nham Dan, Xi Jiping disse que os "dois países devem resguardar de maneira decisiva o sistema comercial multilateral, a estabilidade das cadeias mundiais industriais e de abastecimento, assim como um ambiente internacional aberto e de cooperação". Ao mesmo tempo, Pequim liberou os dados sobre as exportações nesta segunda-feira. O país cresceu em 12,4% no comparativo com março de 2024.

A China quer se mostrar como um parceiro estável. Ao desembarcar, Xi Jiping ressaltou que o Vietnã é um país com influência regional em crescimento ao fazer "avanços notáveis" na industrialização e na modernização do país. Segundo o portal estatístico Trading Economics, a produção industrial no Vietnã cresceu 8,6% em março de 2025. Além disso, o país tem vivido um crescimento no número de startups, com financiamento projetado para atingir US$ 5 bilhões entre 2023 e 2025.

A China promove integração física e política com o Vietnã. Além de compartilharem de ideologias de mundo semelhantes a partir do socialismo, a estrada de ferro China-Laos já transportou mais de 487 mil pessoas pelas fronteiras de ambos os países. Os trilhos que conectam Kunming, ao sul da China, até a capital do Vietnã foi inaugurada em dezembro de 2021.

Nos próximos dias, o presidente Xi irá para Malásia e Camboja. Essas viagens acontecem após a guerra tarifária iniciada pelo presidente Donald Trump. Ao taxar os produtos americanos em 125%, as importações chinesas passaram a ser taxadas em 145%. Porém, no final de semana, os EUA retrocederam e anunciaram um alívio nas taxas para os eletrônicos.

Xi Jinping não é o único a visitar o Vietnã. Entre os dias 27 e 29, o presidente Lula viajou ao país asiático acompanhado por uma comitiva ministerial com objetivo de ampliar acordos comerciais entre os países e foram adotados planos para implementação de parcerias estratégicas entre Brasil e Vietnã até 2030.

9 comentários

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Petrucio Joao da Silva

O isolamento dos EUA se torna cada vez mais evidente, realmente tem muitos negociadores nos EUA nesse momento tentando reduzir as taxas do Trump, como o Trump diz, mas existem muitos outros, dez vezes mais em outros locais , tentando de tudo para SE LIVRAR do comercio com os EUA. O que qualquer país mais quer atualmente é diminuir o comercio com os EUA, isso se tornou um desejo global, os EUA se tornaram tóxicos demais. A perda de confiança é enorme e isso os EUA estão perdendo rapidamente.

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Saulo Antonio Melo Siqueira

O problema não é so EUA x China. Esta briga poderá virar um briga econômica mundial. E não será contra só os EUA não. E quem mais corre risco é a China. As tarifas de Trump contra a China já despertou vários países que dormiam em berço explêndido. A China produz sessenta por cento dos brinquedos de plástico do mundo. Quarenta por cento do jeans vendido nos EUA são provenientes da China. Fora outros países. Setenta por cento de todos os vestidos de noiva fabricados no mundo é da China. E por aí vai. Então quer queiramos ou não a China é uma ameaça a industrialização de todos os países do mundo. Depois do tarifaço o mundo está acordadndo para isto. E tem muito inocente útil defendendo a China. Ela ameaça o emprego em todo o mundo.

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Jose Fernando de Sousa Andrade

A China fazendo o que os EUA deveriam fazer com seus parceiros históricos. Os EUA deveriam reforçar laços de cooperação com a Europa, Japão, América Latina, Canadá, México, Coréia do Sul, entre outros, reforçando seu papel de líder e garantidor da ordem internacional. Só que não! Fizeram tudo ao contrário, alimentado um cenário de desconfiança e ressentimento nunca visto. Enquanto isso, o Xi faz alianças estratégicas aproveitando essa deixa e vácuo de poder resultante dos erros da Casa Branca. Fica parecendo que Trump é um estagiário e o Xi um PhD nas relações políticas internacionais.

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