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G20 precisa agir para aliviar temores sobre alimentos, diz FAO

Forte seca atinge nordeste do Senegal, no continente africano - Rebecca Blackwell/AP
Forte seca atinge nordeste do Senegal, no continente africano Imagem: Rebecca Blackwell/AP

27/08/2012 09h55

Os países do G20 devem concordar em realizar uma ação coordenada para aliviar os temores sobre os preços dos alimentos, uma vez que eles são responsáveis pela maior parte da produção das safras no centro das preocupações, disse o diretor-geral da agência para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO) nesta segunda-feira.

O diretor-geral da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, disse que não caracterizaria o atual aumento dos preços dos alimentos como uma crise, mas que isso poderia ser um problema no próximo ano caso as colheitas em 2012/13 no hemisfério sul sejam decepcionantes.

"Precisamos de uma ação coordenada e eu acredito que o G20 é responsável o suficiente para esta ação", disse Graziano em coletiva de imprensa, durante conferência sobre água na capital sueca.

Falando à Reuters, ele disse que qualquer coordenação deve evitar proibições unilaterais às exportações e encorajar a substituição de alimentos por outros mais baratos, como a mandioca na África.

Ele notou que entre 85% e 95% das safras mais afetadas pelo aumento dos preços, como trigo e milho, foram produzidas pelos países do G20.

Ele disse que mesmo que os preços do trigo subam de 10 a 20 por cento isso não significa que os preços do pão vão subir na mesma proporção.

Autoridades sênior dos países do G20 vão discutir os sinais de alerta elevados pelos preços dos alimentos e como combater a volatilidade nesta semana, mas quaisquer decisões são improváveis antes do relatório de oferta de grãos, em meados de setembro, disseram as autoridades.

Graziano notou que o aumento atual dos preços não é tão sério como em 2007/08, quando houve protestos violentos incluindo Egito, Camarões e Haiti.

"Não há crise", disse ele à Reuters. "Esse tipo de pânico de compras é o que precisamos evitar no momento."

O recente ciclo de aumento dos preços em quatro anos ocorreu após uma seca nos Estados Unidos e a baixas safras na Rússia e na região produtora do Mar Negro.