Investidores dizem à Justiça dos EUA que Petrobras sabia de esquema de corrupção
28 Jun (Reuters) - Investidores que moveram uma ação judicial contra a Petrobras nos Estados Unidos para recuperar bilhões de dólares em prejuízos argumentaram que as prisões e acordos de delação premiada feitos por executivos de grandes companhias no Brasil provam que a empresa sabia sobre o enorme esquema de corrupção e propinas a políticos.
Advogados dos investidores pediram que o juiz distrital Jed Rakoff, em Manhattan, tomasse uma decisão sobre as queixas de que a companhia violou a lei federal de valores mobiliários dos Estados Unidos, antes de um julgamento agendado para 19 de setembro, de acordo com documentos jurídicos.
A Petrobras e os advogados da empresa não responderam imediatamente a pedidos de comentários. Mas a empresa alegou que foi vítima de uma fraude orquestrada por um punhado de executivos, além de prestadores de serviços e políticos.
Promotores no Brasil disseram que foram pagos mais de US$ 2 bilhões em propinas a executivos da Petrobras ao longo de uma década por empresas de engenharia e construção, com o objetivo de assegurar contratos de licitações. O escândalo, que envolveu a classe política brasileira, contribuiu para uma queda acentuada no valor de mercado da empresa.
Enormes descobertas de petróleo em alto-mar ajudaram a elevar o valor da Petrobras a US$ 290 bilhões em 2008. A companhia vendeu cerca de US$ 70 bilhões em novas ações em 2010. Hoje, o valor da companhia é de cerca de US$ 41 bilhões.
Investidores liderados pelo Universities Superannuation Scheme Limited, que gerencia mais de US$ 50 bilhões para professores de universidades britânicas, e codemandantes alegam que a Petrobras não os informou corretamente sobre as perdas relacionadas à corrupção que ajudaram a pressionar os preços de suas ações.
Advogados dos investidores disseram nos documentos apresentados ao tribunal nesta terça-feira que a Petrobras deveria ser responsabilizada pelas ações de seus funcionários.
O advogado dos demandantes, Jeremy Lieberman, do escritório Pomerantz, disse em uma entrevista que sua equipe tomou mais de 70 depoimentos sobre o caso. Informações de depoimentos que ainda não foram divulgadas no Brasil e das próprias investigações internas da Petrobras foram redigidas no documento.
Uma audiência sobre a moção dos demandantes para o julgamento sumário parcial, que eliminaria algumas das reivindicações, está marcada para 5 de agosto. Se o juiz decidir em favor dos investidores, o julgamento continuará para determinar os danos, a menos que haja um acordo, disse Lieberman.
Enquanto a Petrobras estimou as perdas do esquema de preços fixos em cerca de US$ 2,5 bilhões, Lieberman e seus clientes alegam que as responsabilidades para com investidores são muito maiores que isto.
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