Governo remaneja FGTS e fará aporte em linha de crédito habitacional pró-cotista, diz Caixa
SÃO PAULO, 8 Mai (Reuters) - O governo federal fará um remanejamento nos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para permitir um aporte de R$ 2,54 bilhões na linha de financiamento habitacional pró-cotista, informou a Caixa, nesta segunda-feira (8).
"A Caixa e o ministério das Cidades estão em tratativas finais para remanejamento de recursos do FGTS para aporte de R$ 2,54 bilhões na linha pró-cotista", afirmou o banco estatal em comunicado à imprensa. "Diante disso, o banco autorizou suas agências a receberem novas propostas de financiamento da linha Pró-Cotista a partir desta terça-feira (9)."
O anúncio ocorreu depois que na sexta-feira (5) a Caixa informou a suspensão de novas contratações de crédito imobiliário com recursos do FGTS, a linha pró-cotista, o financiamento habitacional mais barato depois do Minha Casa Minha Vida.
Banco nega relação com saque do FGTS
Questionada pela agência de notícias REuters, o banco negou que a suspensão dos empréstimos pela linha pró-cotista estivesse relacionada à falta de recursos por causa do resgate de recursos de contas inativas do FGTS, autorizado pelo governo em dezembro.
A Caixa informa que, até o momento, 84% dos trabalhadores aptos a sacar o FGTS já o fizeram, e os saques totalizaram R$ 16,6 bilhões. A expectativa é que o volume sacado das contas inativas chegue perto de R$ 40 bilhões até julho.
Maior concessora de crédito imobiliário do país, a Caixa vem refletindo o contínuo vaivém do setor nos últimos dois anos, diante da recessão no país e de movimentos na Selic.
Em 2015, com a taxa básica de juros chegando a 14,25% ao ano, a caderneta de poupança, que paga 6% anuais, teve saída líquida de R$ 53,6 bilhões. No ano passado, a poupança teve resgates de R$ 40,7 bilhões.
Com isso, os empréstimos concedidos pelo SBPE, com recursos da caderneta de poupança, no ano passado para compra e construção de imóveis caíram 38,3% ante 2015, para o menor nível desde 2009.
O desempenho só não foi pior porque o financiamento com recursos do FGTS cresceu 18,5%, com a Caixa sendo mais flexível nos critérios para uso da linha pró-cotista.
Com o início do ciclo de cortes na Selic no ano passado, a expectativa de profissionais do mercado imobiliário é de os custos menores sejam repassados pelos bancos a tomadores nos próximos meses.
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