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BC quer que Banco Original responda rápido demandas do MPF e TCU, diz fonte do BC

23/05/2017 19h32

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O analista do Banco Central que foi designado para trabalhar dentro do Banco Original vai organizar o atendimento e respostas às demandas referentes ao banco recebidas pelo BC do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU), após escândalo envolvendo o grupo JBS , afirmou à Reuters uma fonte do BC com conhecimento direto do assunto.

Segundo a fonte, não há preocupação com a situação financeira do banco Original, que está com "boa liquidez".

Na prática, o analista de supervisão do BC fará a filtragem e triagem das informações para verificar, de antemão, se atendem aos pedidos feitos pelas autoridades.

Procurado, o Banco Central informou que "não comenta ações de supervisão ou casos específicos". A autoridade monetária negou pouco depois da publicação da notícia pela Reuters que "esteja se interpondo entre alguma instituição financeira e outros órgãos públicos".

"A ação do BC junto às entidades supervisionadas, de natureza contínua, diz respeito à sua competência como supervisor do sistema (aspectos micro e macroprudenciais e de conduta), e não à atuação de outros órgãos", acrescentou o BC.

Original e JBS são controlados pela mesma holding, a J&F, detida pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Na semana passada, a divulgação da delação dos irmãos mergulhou o país em forte crise política, com injeção de volatilidade nos mercados e profundas dúvidas acerca das condições de governabilidade do presidente Michel Temer.

Por conta de conversa travada com Joesley, Temer virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.

Procurado, o Original afirmou em comunicado que "o caixa é robusto, a administração de ativos e passivos é confortável e o banco segue com gestão conservadora". A instituição financeira não deu mais detalhes.

O lucro líquido do banco Original caiu em 2016 para 18,4 milhões de reais ante 105,6 milhões em 2015. O banco atribuiu a queda do resultado aos investimentos no lançamento da operação digital. A carteira de crédito atingiu 5,84 bilhões de reais, crescimento de quase 27 por cento sobre o resultado de 2015, segundo balanço publicado pela instituição.