Empresas da China, Índia e Irã sondam setor de refino no Brasil, diz diretor da ANP
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tem sido procurada por empresas chinesas, indianas e iranianas com interesse em investir no setor de refino no Brasil nos próximos anos, em parceria com a Petrobras ou em novos projetos, disse nesta terça-feira o diretor da autarquia Aurélio Amaral.
Segundo ele, os representantes das empresas cujos nomes não foram revelados buscam informações sobre o mercado brasileiro, em especial sobre a política de preços da Petrobras, que no ano passado passou a adotar reajustes mais frequentes para dar transparência sobre suas decisões relacionadas a preços.
Amaral revelou que alguns desses interessados chegaram a citar preocupações com o controle de preços adotado no passado pela Petrobras, o que acabou afetando as finanças da companhia.
"Fomos procurados por grandes grupos chineses, empresas indianas e até iranianas e da Ásia em geral que olham o refino no Brasil como algo interessante", declarou Amaral a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o Brasil tem condições para atrair investimentos no setor, como demanda interna e produção relevante de petróleo.
"Alguns (grupos) procuram para refino novo (novos projetos) e outros pensando em investimento em parceria... mas um grande fator a ser resolvido é a questão do preço. A política de preços tem que se consolidar para as empresas olharem com carinho para Brasil", acrescentou.
A Petrobras já manifestou a possibilidade de vender ativos de refino.
Tradicionalmente, o investimento em refino é considerado na indústria do petróleo como elevado e de baixo retorno. A Petrobras é praticamente monopolista no mercado de refino nacional.
Antes do escândalo de corrupção investigado pela Lava Jato, a Petrobras pretendia construir novas refinarias no país. Duas delas, as "Premium", seriam erguidas no Ceará e no Maranhão, mas as obras pararam logo após os desdobramentos das investigações.
A Petrobras construiu uma nova unidade no Nordeste, a refinaria Abreu e Lima, um dos focos do escândalo de corrupção. Mas até agora só inaugurou o "primeiro trem" da unidade.
As obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), igualmente envolvidas na corrupção, também foram paralisadas após consumirem bilhões dos cofres da companhia.
O diretor da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Mauro Coelho, também presente no evento, confirmou que empresas asiáticas e iranianas sondaram representantes do governo sobre a política de preços da Petrobras e quiseram saber se ainda haveria um "tabelamento de preços de diesel e gasolina no Brasil". A crise política também esteve na pauta dessa sondagens.
O Plano Decenal 2017-2026, a ser lançado no segundo semestre, não prevê a entrada em operação da unidade de refino do Comperj ao longo dos próximos anos, segundo o diretor da EPE, órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.