Presidente das Filipinas ameaça mineradoras com impostos e veto a exportações
MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse nesta segunda-feira que quer parar de exportar recursos minerais e que pode fechar o setor de mineração completamente, além de ter ameaçado taxar as empresas do setor "até a morte" se elas continuarem a causar danos ambientais.
"A proteção ao meio ambiente deve se tornar uma prioridade, antes da mineração e de outras atividades que geram efeitos adversos de um modo ou outro", disse Duterte em seu segundo discurso sobre o Estado da Nação desde que tomou posse, em junho passado. "Essa política não é negociável".
As Filipinas são o maior fornecedor global de minério de níquel e também estão entre os maiores produtores de cobre e ouro. Ainda assim, o setor contribui com menos de 1 por cento para a economia do país, segundo dados do governo.
As mineradoras do país têm estado sob ataque do governo Duterte por alegadas violações que incluem a construção de minas em áreas proibidas, como bacias hidrográficas.
"Vocês têm de propor uma troca: ou vocês investem para restaurar as áreas ou vou taxá-las até a morte", disse o presidente.
Ele pediu ainda que os investidores e empresários estabeleçam fábricas no país para processar as matérias primas e transformá-las em produtos finais.
"Se possível, deveríamos colocar um basta na extração e exportação de nossas fontes minerais...para processá-las no exterior e trazê-las de volta às Filipinas na forma de bens de consumo a preços duas ou três vezes maiores que o valor da matéria prima", disse Duterte.
O maior processamento interno de minerais já foi colocado como demanda por governos anteriores das Filipinas. O país possui quatro plantas de processamento de minerais, duas para ouro e duas para níquel, mas a maior parte da produção mineral é enviada para o exterior sem processamento.
(Por Enrico Dela Cruz)
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