Prumo prevê começar construção de térmica no Açu no início de 2018, diz CEO
Por Marta Nogueira e Alexandra Alper
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Prumo Logística prevê começar a construção de uma enorme termelétrica no Porto do Açu, no norte do Estado do Rio de Janeiro, no início do próximo ano, enquanto busca concluir negócios importantes antes de seus concorrentes e estar pronta para uma retomada da economia brasileira.
Em entrevista à Reuters, o presidente da Prumo, José Magela, afirmou que o começo das obras da primeira usina do porto, de 1,2 gigawatt de capacidade instalada, depende ainda da resolução de alguns desafios regulatórios.
O empreendimento, cujos contratos foram selados em um leilão de energia em 2014, foi adquirido em junho junto à Bolognesi Energia, que não teve recursos para a construção. O início de operação da unidade está previsto para 2020.
"Há um processo regulatório... (mas) nós queremos iniciar a construção no início do ano que vem", afirmou Magela, explicando que os tramites necessários são complexos, porque envolvem a transferência de contratos de energia em Pernambuco, onde ela seria construída inicialmente, para o Norte Fluminense.
"Há um processo regulatório para fazer isso e, obviamente, você sabe que dependemos muito das agências reguladoras."
A Bolognesi havia estimado que os investimentos necessários para a implementação da termelétrica Novo Tempo seriam de cerca de 3 bilhões de reais. A Prumo ainda não anunciou novas estimativas.
Magela disse ainda que a Prumo não tem interesse na eventual aquisição de um segundo projeto da Bolognesi, que tem buscado compradores para uma termelétrica semelhante à usina Novo Tempo.
A Novo Tempo fará parte do desenvolvimento do Açu Gas Hub, que tem como objetivo oferecer uma solução logística para a comercialização e consumo de gás natural e seus produtos.
No fim de junho, a Prumo anunciou a assinatura de um acordo de exclusividade com a BP e a Siemens para negociações visando a implementação do Açu Gas Hub.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS
A empresa também está em conversas com diversos possíveis clientes, com a expectativa da atração de novos investidores para o Porto do Açu, segundo Magela.
Fruto desse trabalho, a empresa anunciou na segunda-feira acordos com a subsidiária da autoridade portuária da Antuérpia PAI, segundo maior porto da Europa, para prestação de serviços de consultoria e investimento voltados ao complexo industrial do Porto de Açu.
Como parte da parceria, a PAI irá investir 10 milhões de dólares no Porto do Açu passando a deter 1,176 por cento do capital social do porto, além de contar com um assento no Conselho de Administração. No acordo, há ainda uma opção para o aumento do investimento.
Sem dar detalhes sobre os planos de ambos os portos para o empreendimento, Magela afirmou que o acordo tem como alguns dos principais objetivos a troca de experiência e conhecimento para tornar o porto do Açu mais eficiente e competitivo.
"A economia brasileira começa a dar alguns sinais positivos de retorno ao crescimento, a indústria de óleo e gás também parece mais positiva neste momento. Então nós realmente queremos fazer nosso negócio mais rápido que qualquer um no Brasil", disse Magela, por telefone.
O Porto do Açu foi idealizado originalmente pelo magnata Eike Batista para ser um grande complexo industrial, mas enfrentou enormes desafios, incluindo a derrocada e saída do empresário do negócio, além de uma crise econômica brasileira e da queda dos preços globais do petróleo, que adiaram planos.
Atualmente, o porto tem 90 km², divididos entre o terminal 1, dedicado à movimentação de minério de ferro e petróleo, e o terminal 2, para navegação, onde estão empresas como TechnipFMC, NOV, InterMoor, Wartsila, Edison Chouest e BP Prumo, dentre outras soluções. Há ainda uma área para a instalação de unidades de empresas dos setores marítimo e industrial.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.