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Resseguradoras globais são abaladas por tempestades e terremotos

21/09/2017 17h18

Por Tom Sims e Maria Sheahan

FRANKFURT/BERLIM (Reuters) - Um alerta de lucro de uma das maiores resseguradoras do mundo foi o último sinal de que a morte e a destruição deixados por uma onda de furacões e terremotos na América do Norte estão impactando as gigantes das finanças globais.

A resseguradora alemã Hannover Re disse que pode não cumprir a meta de lucro de 2017 devido a catástrofes naturais, no primeiro alerta do tipo desde a crise financeira de 2008.

O aviso veio na esteira de um anúncio semelhante do rival alemão Munich Re na semana passada, a primeira grande resseguradora a acusar os efeitos dos furacões Harvey e Irma.

O último alerta de lucro da Munique Re foi em 2011, após perdas de um terremoto e tsunami no Japão, disse uma porta-voz.

A declaração da Hannover Re ocorreu com o furacão Maria a caminho da República Dominicana após atingir Porto Rico e com grupos de resgate no México procurando por sobreviventes após um terremoto que matou mais de 200 pessoas.

As resseguradoras, que fazem um seguro do seguro, são especialistas em gerenciar riscos e raramente são pegas de surpresa. Analistas dizem que as resseguradoras podem precisar reavaliar seus modelos de risco à medida que o planeta se aquece e as tempestades se tornam mais intensas.

Analistas estimam que o dano total deste ano pode exceder o causado pelo furacão Katrina, que atingiu a cidade norte-americana de Nova Orleans em 2005. A Munich Re diz que o Katrina resultou em 74 bilhões de dólares em perdas seguradas para a indústria global.

As perdas seguradas do furacão Harvey no Texas e do Irma no Caribe e na Flórida, bem como as de outro terremoto no México no início de setembro, podem chegar a 61 bilhões de dólares, pelos cálculos da Reuters com estimativas da Air Worldwide.

A contagem não inclui perdas do furacão Maria nem do terremoto do México desta semana.

A temporada de furacões no Atlântico ainda está em plena atividade e o Morgan Stanley previu que as perdas seguradas das catástrofes deste ano cheguem a 100 bilhões de dólares.

A Swiss Re e a resseguradora francesa Scor disseram nesta quinta-feira que é muito cedo para dizer como catástrofes recentes afetariam suas empresas.