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Refinarias do Meio-Oeste dos EUA elevam produção e cortam dependência da Costa do Golfo

23/10/2017 16h07

Por Jarrett Renshaw

NOVA YORK (Reuters) - Refinarias de Ohio ao Minnesota, nos Estados Unidos, estão aproveitando o acesso a petróleo barato dos campos produtores do oeste canadense e da Dakota do Norte, ajudando a região a quebrar uma histórica dependência do produto da Costa do Golfo do México, ao mesmo tempo em que redesenha os mapas comerciais da commodity.

Desde o início dos anos 2000, os fluxos de petróleo e de combustível da Costa do Golfo para o interior dos Estados Unidos foram cortados pela metade, já que o petróleo bruto do Canadá e da Dakota do Norte empurrou a atividade de refino norte-americana para níveis recordes.

Em 2016, a capacidade de refino do Meio-Oeste aumentou para 3,9 milhões de barris por dia (bpd), o maior volume anual já registrado.

As refinarias do Meio-Oeste, como a Marathon Petroleum, a Phillips 66, a BP e a Husky Energy investiram bilhões de dólares em novas unidades capazes de transformar o petróleo do Canadá em gasolina e diesel.

Já os investimentos no chamado Dakota Access Pipeline e em outros oleodutos ajudaram a trazer petróleo de xisto da Dakota do Norte para a região.

No entanto, analistas alertaram que o enfraquecimento da demanda por gasolina nos Estados Unidos tornará ainda mais desafiador para as refinarias do Meio-Oeste a venda de sua crescente produção.

O Meio-Oeste não tem saída para o mar, o que dificulta a comercialização de produtos em outros mercados, especialmente porque empresas rivais defendem suas posições.

A nova realidade também altera o mapa de rotas do petróleo.

Durante anos, as refinarias do Golfo com acesso a petróleo barato podiam competir com os rivais do Meio-Oeste em Chicago, Indianápolis e outras cidades da região. Os comerciantes faziam dinheiro fácil com o envio de gasolina para o norte do país durante o verão.

Agora, as plantas do Meio-Oeste podem competir de forma mais eficaz graças à produção em expansão no oeste do Canadá e na Dakota do Norte, que geralmente vendem com desconto em relação aos preços de referência dos EUA.

"O Meio-Oeste está bem posicionado para fornecer para sua região e partes do sul do Canadá, e até terá excesso de suprimentos para enviar para a Costa Leste", disse Mark Routt, economista-chefe da KBC Advanced Technologies.