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PF deflagra nova operação de combate a fraudes em financiamentos agrícolas no BB

31/10/2017 11h21

BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a segunda fase da operação Turbocred, para combater o desvio de verbas públicas por meio de fraudes em financiamentos agrícolas operados pelo Banco do Brasil entre os anos de 2012 e 2015, segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da instituição.

Segundo a nota, os policiais federais cumprem 39 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo e Goiás. As diligências ocorrem em residências de tomadores de empréstimos fraudulentos, funcionários e ex-funcionários do Banco do Brasil e de pessoas que atuaram como laranjas nas fraudes.

A segunda fase da operação decorre da análise da documentação apreendida em agências do Banco do Brasil durante a deflagração da primeira fase em 17 de maio do ano passado. Foram analisadas 149 operações de financiamentos agrícolas e outras 13 de outras modalidades de financiamentos, tendo sido constatado que 90 por cento dessas operações haviam sido fraudadas.

Em entrevista coletiva, o delegado Victor Hugo Alves afirmou que os contratos sob investigação são da ordem de 59 milhões de reais. Uma auditoria do próprio banco identificou prejuízos da ordem de 44 milhões de reais.

A investigação identificou diversos tipos de fraude, como a obtenção de financiamentos para custear atividade agrícola em imóvel próprio, mas usado em imóvel arrendado a terceiros; falsificação de carta de arrendamento para a tomada de empréstimos para custear atividade agrícola fictícia e a tomada de sucessivos financiamentos para diversos empreendimentos agrícolas, sem capacidade financeira.

As investigações apontam o pagamento de propina a funcionários do Banco do Brasil para a obtenção de financiamentos por meio de contas correntes em nome de laranjas. Segundo o delegado do caso, operações recentes da PF identificaram fraudes semelhantes cometidas em Goiás e no Ceará. Ele disse ainda que, mesmo com novas regras para a concessão de crédito estabelecidas pelo Banco Central, fraudes continuaram a ser cometidas.

Os suspeitos vão responder pelos crimes de gestão fraudulenta e gestão temerária de instituição financeira, aplicação de recursos de financiamento em finalidade diversa, previstos na lei de crimes financeiros, além de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa, com penas de 1 a 12 anos de prisão.

(Reportagem de Ricardo Brito)