Exportação de carne bovina do Brasil deve crescer 10% em 2018 em volume e receita
Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne bovina do Brasil, considerando-se in natura e processados, devem crescer cerca de 10 por cento em 2018, tanto em volume quanto em receita, projetou nesta quinta-feira a associação dos exportadores do país, que descreveu o setor como "sólido" após diversos problemas neste ano.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o país deve embarcar no próximo ano 1,68 milhão de toneladas de carne bovina, alta de 9,8 por cento na comparação com 2017. A receita cambial com as vendas deve avançar 10,5 por cento, para 6,9 bilhões de dólares.
A expansão deve dar sequência aos ganhos da cadeia produtiva nacional, que neste ano já registrou números considerados “satisfatórios” pela Abiec.
Em um 2017 marcado por operação Carne Fraca, delações da JBS e embargos de Estados Unidos e Rússia, as exportações de carne bovina do Brasil devem totalizar 1,53 milhão de toneladas, alta de 9 por cento ante 2016, com receita de 6,2 bilhões de dólares, avanço de 13 por cento na mesma base de comparação.
Segundo a Abiec, as projeções para 2018 levam em conta a retomada das exportações de carne bovina in natura para os EUA, o incremento de plantas habilitadas a vender à China, início de embarques para Indonésia e Tailândia e retomada do fluxo de negócios com as Filipinas.
Também devem ajudar a liberação de Cingapura para exportação de carne com osso e miúdos e a ampliação da cota permitida pela União Europeia para vendas do Mercosul.
COMPRADORES
Conforme a Abiec, Hong Kong, China e Rússia são, nessa ordem, os maiores importadores de carne bovina do Brasil em 2017 –os dados informados vão até novembro.
No acumulado deste ano até novembro, esses países elevaram as compras em 20,6, 26,1 e 16 por cento, respectivamente, ajudando no desempenho do setor.
A carne in natura domina as exportações brasileiras até o momento, com quase 80 por cento das vendas.
Ainda segundo a Abiec, agosto foi o mês com o melhor resultado para o setor em 2017. Na ocasião, foram exportadas 150 mil toneladas e faturados 622 milhões de dólares.
Em contrapartida, abril, logo após a deflagração da Operação Carne Fraca, registrou vendas de apenas 93,1 mil toneladas, com receita de 378,45 milhões de dólares.
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