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Cotação do dólar "tende a normalizar" e taxa de câmbio atual "não é problemática", diz Meirelles

25/01/2018 18h55

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira que declarações sobre o comportamento do dólar influenciam o comportamento da moeda por um período curto de tempo e minimizou o impacto de um real mais forte para as exportações e, por consequência, para o crescimento da economia brasileira.

A cotação atual "não é problemática", disse Meirelles em entrevista à TV Bloomberg, acrescentando que o Brasil não fixa "níveis para considerar como problemáticos" para a taxa de câmbio.

Meirelles foi indagado sobre a avaliação feita pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, que destacou na véspera os benefícios de um dólar fraco. Declarações como essa, afirmou o ministro, "influenciam a moeda, mas por um período curto".

"Eu não acho que apenas declarações deixarão a moeda em algum patamar. Isso tende a normalizar", afirmou. "O que vai influenciar o dólar no fim do dia são os fundamentos."

O fortalecimento do real "é um elemento importante, mas não o único" ao se avaliar as perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com Meirelles.

"O bom é que o consumo está crescendo e a economia brasileira é dirigida principalmente pelo mercado doméstico", afirmou.

O secretário do Tesouro norte-americano declarou apoio pessoal à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e deve visitar o Brasil em março, afirmou Meirelles em sua conta no Twitter, depois de um encontro com Mnuchin.

O ministro afirmou ainda que há uma maior compreensão no Congresso Nacional sobre os impactos da proposta de reforma da Previdência que o governo pretende aprovar em primeiro turno na Câmara dos Deputados no dia 19 de fevereiro.

"Nossas chances são muito melhores agora", destacou.

Indagado sobre eventuais aumentos de tributos, Meirelles disse na entrevista à Bloomberg que não trabalha com plano B, caso a reforma não seja aprovada pela Câmara, e também descartou, por ora, elevar impostos.

(Por Iuri Dantas; reportagem adicional de Mateus Maia em Brasília)