Acionistas da BRF pedem assembleia para votar destituição de conselheiros
SÃO PAULO (Reuters) - A Petros, em conjunto com outros acionistas da companhia de alimentos BRF, afirmou neste domingo que pediu ao Conselho de Administração da empresa que convoque uma Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre a destituição de todos os seus membros, de acordo com nota do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
O pedido ocorre após a BRF, maior exportador global de carne de frango, ter reportado prejuízo de 1,1 bilhão de reais em 2017, na semana passada.[nL2N1QD016]
"A Fundação entende, corroborando o diagnóstico do mercado refletido pelo preço das ações, que a estratégia da Companhia precisa ser reformulada para que o investimento atinja seus objetivos", afirmou a Petros em comunicado.
A Petros é o maior acionista da BRF, com 11,41 por cento das ações, segundo o site da própria empresa, seguida pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 10,66 por cento.
A instituição disse ainda que o grupo de acionistas quer a assembleia para aprovar dez membros para compor o conselho, além da eleição de novos membros para ocuparem os cargos, incluindo os de presidente e de vice-presidente do colegiado.
Atualmente, a presidência do conselho é ocupada pelo empresário Abilio Diniz.[nL2N1QD0T4]
Procurada para comentar o assunto, a BRF não respondeu imediatamente pedidos de comentários.
"No cumprimento do nosso dever fiduciário, somos movidos a agir em defesa dos interesses de nossos participantes. Somos investidores financeiros e estamos alinhados com os interesses dos demais acionistas", disse o diretor de Investimentos da Petros, Daniel Lima, em nota.
"Precisamos buscar a reformulação da estratégia de gestão da BRF para, assim, superar os grandes desafios que a Companhia precisa enfrentar. Infelizmente, a estratégia implementada até o momento não surtiu os resultados desejados", acrescentou Lima.
Segundo ele, é importante que o conselho seja formado por "profissionais, independentes e experientes", que sejam capazes de "imprimir novos rumos e viabilizar a recuperação da companhia, respeitando as melhores práticas de governança".
Caso o pedido de convocação de assembleia não seja atendido, os acionistas tomarão as providências cabíveis com base na Lei das S.A., disse a Petros.
(Por Roberto Samora)
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