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Temer está avaliando proposta de parceria entre Boeing e Embraer, diz porta-voz

Anthony Boadle

27/02/2018 16h16

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Brasil, Michel Temer, está avaliando se apoia uma proposta de criação de uma empresa conjunta de aviação comercial entre Boeing e Embraer, disse nesta terça-feira (27)o secretário de comunicação da Presidência.

O governo brasileiro se opôs a uma aquisição da Embraer pela Boeing e uma nova proposta envolve a criação de uma terceira empresa que inclui a unidade de aviação comercial da Embraer, maior fabricante mundial de jatos regionais, excluindo sua unidade de defesa. Qualquer acordo tem que ser aprovado pelo governo.

"Não há ainda nenhuma definição do governo sobre a parceria das empresas", disse à agência Reuters Marcio de Freitas, secretário de comunicação da Presidência. "O Ministério da Defesa recebeu e reportou ao presidente. Mas ainda há avaliação sobre a proposta e ainda restam dúvidas sobre o tema", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Participação

O presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, disse este mês que a empresa tem trabalhado em um acordo há anos, mas que ele não é essencial para a companhia norte-americana. O porta-voz da Boeing, Phil Musser, afirmou em um email na terça-feira que uma combinação com Embraer seria "uma vitória para todos".

O jornal "Valor Econômico", citando fontes próximas a Temer, informou que a Embraer ficaria com uma participação de 49% da nova empresa. Mas pessoas familiarizadas com as negociações disseram à Reuters que a Boeing só concordaria com uma joint venture em que tenha entre 80% e 90% da empresa e total controle operacional.

A parceria com a Embraer proporcionaria à Boeing uma participação de destaque no mercado de aeronaves de 70 a 130 lugares e criaria uma concorrência mais dura para o programa CSeries da canadense Bombardier e operado pala rival europeia Airbus desde o ano passado.

(Reportagem adicional de Gram Slattery e Brad Brooks em São Paulo, e Tim Hepher em Paris)

"Se pudermos chegar a um bom acordo e que agregue valor aos nossos clientes e às nossas empresas, faremos isso", disse Muilenburg em uma conferência com investidores em Miami, organizada pelo Citigroup. "Se não pudermos chegar ao fim linha, isso não altera a nossa estratégia. Este é um excelente complemento para a nossa estratégia, mas não é imprescindível."

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