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Venezuela dá mais poderes a ministro do Petróleo para reformar setor de energia

14/04/2018 11h03

CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, decretou poderes extras para seu czar do petróleo, Manuel Quevedo, para tentar conter as perdas na produção de petróleo da Venezuela, atingida pelo menor nível desde os anos 1950.

Lutando contra uma profunda recessão econômica, políticas socialistas fracassadas, inadimplência e sanções financeiras dos EUA, a produção de petróleo da Venezuela caiu para 1,586 milhão de barris por dia em fevereiro, segundo a Opep.

O decreto de Maduro, visto pela Reuters, dá a Quevedo, um major-general, poderes para "criar, anular ou modificar" acordos envolvendo a empresa estatal de energia PDVSA e suas subsidiárias. O ministro do Petróleo também é chefe da PDVSA.

Não ficou claro de imediato o que isso pode significar para as joint ventures da PDVSA. Mas Quevedo se encontrou na noite de sexta-feira com alguns parceiros estrangeiros, incluindo representantes da Total , da Statoil , da Chevron , da Rosneft e da China National Petroleum Corp (CNPC).

Em um comunicado, a PDVSA disse que a nova medida possibilitaria uma reorganização das operações e minimização da burocracia.

"Vamos trabalhar com a PDVSA para implementar as medidas e aumentar a produção", disse Pavel Kamenets, representante da Rosneft, segundo o comunicado da PDVSA.

O decreto cria um "regime especial" no setor até o dia 31 de dezembro, com a possibilidade de extensão de um ano.

"O ministro do Petróleo poderá ... estabelecer normas e procedimentos contratuais especiais para produtos, bens e serviços", afirmou.

Uma cláusula ordenou que todo o pessoal especializado, em missões nacionais ou internacionais, retornasse aos locais de trabalho originais.

O líder socialista Maduro prometeu uma grande limpeza contra a corrupção para limpar a indústria do petróleo de "máfias".

Pelo menos 70 executivos foram detidos nos últimos meses, criando pânico entre os funcionários da PDVSA, privando a indústria de boa parte de suas decisões de alta qualidade na empresa que supervisiona as maiores reservas de petróleo do mundo, informaram fontes internas.

A oposição classifica a investigação como uma disputa de poder dentro do governo, observando que a indústria está sob forte controle do Partido Socialista desde o início do governo de 14 anos do ex-presidente Hugo Chávez.

(Reportagem de Deisy Buitrago)