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Fleury tem alta de 18% no lucro do 1º tri, para R$96 milhões

26/04/2018 20h00

Por Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de laboratórios médicos Fleury teve lucro líquido de 96,4 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 18,2 por cento ante igual período do ano passado e registrou a segunda maior margem Ebitda trimestral da história da empresa.

O lucro dos primeiros três meses do ano incluiu um benefício fiscal referente ao pagamento de juros sobre o capital próprio. No entanto, o diretor executivo de finanças do Fleury, Fernando Leão, destaca que o resultado segue favorável mesmo sem esse efeito e a linha teria apresentado alta de "cerca de 9,2 por cento".

Leão acrescentou que os números do segundo trimestre ainda devem trazer alguma distorção em relação a essa comparação, uma vez que o benefício foi adotado a partir do segundo trimestre do ano passado, mas concentrando o efeito também do período de janeiro a março.

O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), avançou 7,4 por cento na mesma base de comparação, para 185,9 milhões de reais.

A margem Ebitda alcançou foi de 28,5 por cento nos três primeiros meses do ano, 1 ponto percentual inferior à registrada um ano ates. Apesar da queda, a empresa informou que esta foi a segunda maior margem Ebitda da história da companhia, atrás somente da verificada um ano antes.

"Esse resultado foi alcançado mesmo diante da abertura de 35 unidades (laboratórios) do plano de expansão que, em grande parte, estão em fase inicial da maturação", disse a empresa em comunicado.

As 35 unidades foram inauguradas no período de outubro de 2016 a abril deste ano. O total corresponde a 48 por cento do ponto mínimo e 39 por cento do ponto máximo do plano de expansão da empresa, que prevê a inauguração de 73 a 90 laboratórios até 2021.

De janeiro a março, foi inaugurada uma unidade da marca Fleury em Santo André, enquanto em abril o grupo inaugurou uma unidade da marca a+ em Guarulhos, ambas na região metropolitana de São Paulo.

A empresa não informa quantas unidades pretende abrir apenas este ano, mas a diretora de relações com investidores, Viviane Behar de Castro, afirmou que em São Paulo, o foco vai ser no lançamento de laboratórios da marca a+, marca criada em 2011 que consolida laboratórios regionais adquiridos pela empresa nas últimas décadas. No Rio de Janeiro, o foco será nas marcas regionais do Estado, Felippe Mattoso e Labs a+.

A receita líquida da empresa cresceu 11,1 por cento na comparação anual, para 653 milhões de reais. Já os custos dos serviços prestados somaram 439,9 milhões de reais, representando 67,3 por cento da receita, uma alta de 1,8 ponto percentual em relação a igual etapa de 2017.

A receita bruta das unidades de atendimento cresceu 10 por cento nos três meses encerrados em março ante igual período do ano passado. No comparativo "mesmas unidades", a alta foi de 3,2 por cento.

AVANÇO DE SETOR NA BOLSA

Esta semana marcou a estreia de duas empresas da área de saúde na B3, a Notre Dame Intermédica e a Hapvida, ambas operadoras de planos de saúde.

Segundo Viviane, o Fleury vê o movimento "com grande entusiasmo", uma vez que demonstra o potencial do setor no Brasil.

"Ter mais companhias traz mais visibilidade para o setor, as práticas de governança são aprimoradas, a gente vê mais transparência", disse.

A executiva destacou ainda que a empresa vem observando aumento na demanda dos investidores por papéis da empresa, acrescentando que a empresa registrou um crescimento de 30 por cento no primeiro trimestre na base de investidores, movimento creditado à entrada da empresa na carteira do Ibovespa no início do ano.

Em relação à proposta que vem sendo discutida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para regulamentar os mecanismos de coparticipação e franquia para realização de exames, Viviane disse que o Fleury está monitorando o assunto, mas "ainda não tem informação suficiente para traçar uma análise e ter posição mais definida a respeito".