Bovespa avança guiada por bancos após resultado forte do Santander Brasil
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 avançava nesta quarta-feira, com a temporada de balanços brasileira ganhando fôlego e destacando os papéis de Santander Brasil e Grupo Pão de Açúcar entre as maiores altas após resultados trimestrais considerados robustos.
Às 11:33, o Ibovespa subia 0,61 por cento, a 79.638,71 pontos. O volume financeiro somava 2,78 bilhões de reais.
No exterior, Wall Street não mostrava um viés claro, com Boeing pesando negativamente após resultado trimestral desapontar, enquanto investidores também monitoram negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia. O S&P 500 oscilava ao redor da estabilidade.
Para Igor Lima, sócio da gestora Galt Capital, o movimento no pregão brasileiro nesta primeira etapa da sessão está mais relacionado à repercussão de balanços.
"Os bancos puxam a bolsa justamente influenciados pelo bom resultado do Santander Brasil. Pode ser uma tendência de melhora nas métricas de crédito e inadimplência, que também pode ocorrer nos outros bancos", afirmou.
Apesar da ausência de novidades relevantes na cena político-eleitoral, Lima acrescentou que o ambiente vem melhorando na margem, com o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, costurando bem as arestas do acordo de coalizão até o momento, enquanto nomes menos interessantes para o mercado estão se isolando.
DESTAQUES
- SANTANDER BRASIL UNIT saltava 5,9 por cento, após divulgar lucro recorrente de 3,025 bilhões de reais no segundo trimestre, elevação anual de 29,6 por cento, refletindo uma combinação de alta robusta do crédito e controle das despesas operacionais e com provisões para calotes.
- BRADESCO PN tinha alta de 2 por cento na véspera da divulgação de seu resultado, previsto para a quinta-feira antes da abertura do pregão, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN valorizava-se 1,7 por cento e BANCO DO BRASIL subia 1,2 por cento.
- GPA PN avançava 4,7 por cento, tendo como pano de fundo o balanço do segundo trimestre conhecido na noite da véspera, que mostrou lucro líquido consolidado de 526 milhões de reais no período, um resultado quase cinco vezes maior que o apurado no mesmo intervalo de 2017.
- FIBRIA cedia 1,56 por cento, mesmo após resultado trimestral considerado forte por analistas, com alta de 133 por cento no Ebitda, para o valor recorde de 2,5 bilhões de reais.
- TELEFÔNICA BRASIL PN cedia 0,28 por cento, revertendo ganhos do começo da sessão, quando ajudou o salto de 261 por cento no lucro líquido do segundo trimestre, para 3,15 bilhões de reais, embora analistas tenham citado como ponto negativo desaceleração da receita no trimestre.
- VALE tinha decréscimo de 0,51 por cento, tendo como pano de fundo leve avanço do preço do minério de ferro na China, antes da divulgação do balanço do segundo trimestre, previsto para após o fechamento do mercado. O Credit Suisse espera Ebitda de 4 bilhões de dólares.
- BRADESPAR PN cedia 1,14 por cento, tendo no radar decisão judicial que exigiu da companhia, braço de investimentos do Bradesco que concentra aplicações nas ações da Vale, e da Litel, que reúne participações de fundos de pensão na mineradora, indenização bilionária à Elétron em disputa envolvendo ações da Vale. Bradespar e Litel disseram que vão adotar medidas cabíveis contra a decisão.
- PETROBRAS PN subia 0,81 por cento e PETROBRAS ON tinha variação positiva de 0,05 por cento, em sessão de leve alta dos preços do petróleo no exterior.
(Por Paula Arend Laier)
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