Judiciário não deve estar sujeito à pressão para julgar Lula, diz Haddad
BRASÍLIA (Reuters) - O candidato a vice-presidente na chapa do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que o Judiciário não deveria estar sujeito a nenhum tipo de pressão para julgar a questão da inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e destacou que o partido vai com o ex-presidente "até às últimas consequências".
O ex-prefeito de São Paulo, que participou de evento com presidenciáveis na União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) na “condição de companheiro da chapa que será inscrita”, rechaçou supostos movimentos para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barre logo o registro da candidatura de Lula, atual líder nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto e que está preso desde abril.
"O Judiciário não deveria estar sujeito à pressão de tipo nenhum. Quem é que está fazendo pressão? São os adversários do Lula, a mídia sobre a Rosa Weber (nova presidente do TSE). Ela tem que julgar de acordo com a lei, não com a pressão que ela venha a receber e não (diante) dos telefonemas que ela venha a receber", disse Haddad, em entrevista coletiva, após sua participação no evento.
"Ela é uma ministra respeitável e não tem que se sujeitar à pressão de ninguém. Queremos que o recurso do Lula seja julgado com critério", acrescentou.
Haddad destacou que o partido tem recorrido à Justiça para garantir a presença de um representante da chapa encabeçada por Lula nos debates e sabatinas. O petista disse considerar que o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, também deseja a presença de outro nome da esquerda nos debates --mais cedo, no evento, Ciro se colocou contra essa demanda.
"Ele (Lula) não consegue entender porque os adversários estão com medo da presença dele no debate se ele é tão vulnerável quanto dizem", ironizou Haddad.
(Reportagem de Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello)
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