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Candidato no Paraná descarta rever tarifa da Copel e prevê cortar diretores, diz fonte

27/09/2018 17h12

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato que lidera as pesquisas para as eleições ao governo do Paraná, Ratinho Junior (PSD), não trabalha mais com a hipótese de rever o último reajuste tarifário da estatal paranaense Copel, que levou a uma alta de cerca de 16 por cento nas contas de luz, disse à Reuters uma fonte familiarizada com os planos.

Ratinho Junior, que é deputado estadual, fez pesadas críticas ao reajuste após o anúncio das alta nas tarifas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em junho, e disse na época que pediria ao governo estadual a revisão do índice para não penalizar a economia local.

"A empresa está bem alavancada... ele sabe que o repasse tarifário é importante para a empresa. Não está mais na mesa (a proposta de rever a tarifa)", disse a fonte, que falou sob a condição de anonimato porque não está autorizada a abrir as conversas para a imprensa.

A corrida eleitoral no Paraná tem sido um fator importante para o desempenho das ações da Copel neste ano, segundo analistas.

A corretora Brasil Plural escreveu em relatório em agosto que a Copel tem sido impactada por um "fluxo de notícias políticas negativas", incluindo a fala de Ratinho Junior em junho sobre as tarifas da elétrica.

Os planos da equipe de Ratinho Junior para a elétrica agora envolvem apenas a possibilidade de pedir à Aneel um diferimento de reajustes tarifários futuros, mas "somente se o índice ficar muito acima da inflação", adicionou a fonte.

Nesse caso, a Copel não teria perdas, uma vez que com a autorização da Aneel para o diferimento as tarifas subiriam mais no futuro para compensar um eventual reajuste menor.

Ainda assim, segundo a fonte, esse mecanismo não deverá ser utilizado, uma vez que as projeções são de que as tarifas de energia tenham um comportamento mais próximo ao da inflação nos próximos quatro anos.

"Com o diferimento, a empresa não perde... mas isso é a última coisa a se fazer", afirmou.

Está prevista ainda uma modernização na gestão da companhia, o que envolveria um corte no número de diretores, dos atuais 26 para sete, com executivos acumulando cargos na Copel holding e em subsidiárias da companhia.

"Isso aumenta a velocidade nas decisões e reduz o custo", afirmou a fonte.

Não foi possível contato com Ratinho Junior para comentar as informações. A equipe do candidato não respondeu de imediato a pedidos de comentário.

Mas o deputado divulgou nesta semana um panfleto voltado a funcionários da Copel no qual afirma que a companhia não será privatizada em sua gestão e passará por um processo de fortalecimento e modernização.

No material, Ratinho Junior prometeu equacionar o endividamento da companhia "com um programa de vendas de ativos de baixa rentabilidade".

"Iremos concentrar os investimentos no Paraná. Investiremos fora do Estado, porém com responsabilidade financeira", afirmou ele no panfleto, visto pela Reuters.

(Por Luciano Costa)