Ciro diz que PT não pode contar com ele e que essa será sua última eleição
(Reuters) - O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, atacou mais uma vez o PT nesta sexta-feira e afirmou que não seria ministro em um eventual governo de Fernando Haddad, além de garantir que disputa sua última eleição.
Em entrevista à rádio Guaíba de Porto Alegre, Ciro afirmou que o PT "definitivamente não pode contar com ele", em resposta a falas de Haddad, que tem dito ter certeza que ele e Ciro estarão juntos em um segundo turno, seja qual dos dois vá disputar a segunda fase da eleição.
"Não pode contar. O PT contou comigo ao longo desses 16 anos, até impeachment da Dilma. A medida que depois se junta com Renan Calheiros, estão junto com Eunício Oliveira, não é mais possível andar com eles. Definitivamente não é possível não", disse Ciro.
O pedetista disse ainda que o PT "se tornou uma organização odienta de poder" e que não pretende aceitar um eventual convite para ser ministro.
"Eu não serei ministro. Disputarei minha última eleição. Vou dar todo meu amor, toda minha energia, acredito que tenha uma chance grande. Evidente vou ter que lutar como um obstinado até às 17h do dia 7", disse Ciro.
Mais tarde, em um encontro em que compareceu para falar de políticas para mulheres, o pedetista voltou à carga contra o parido. Questionado se não temia queimar pontes com o PT, depois de todos os ataques ao partido e a Fernando Haddad, Ciro negou.
"Não quero nenhuma ponte com ninguém a não ser com o povo brasileiro. Eu não pretendo ser presidente da República fazendo qualquer tipo de concessão a quem quer que seja. Jamais eu teria a condição de ter o apoio do PT, porque o PT tem a natureza do escorpião, o PT só sabe apoiar a si próprio", disse.
"O PT, quando a gente o ajuda, a gente é o melhor herói do mundo. Quando a gente faz qualquer crítica, por mais fraterna ou respeitosa, o PT sobe nas tamancas e se considera dono do abacateirol."
Ciro está numericamente em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, enquanto Haddad ocupa a vice-liderança da corrida presidencial.
BOLSONARO
O pedetista atacou também o líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), e afirmou que seria importante "banir" o deputado da disputa já no primeiro turno.
"Seria muito importante que o brasileiro banisse essa proposta radical, extremista, que é contra os trabalhadores, que é entreguista da riqueza nacional, já no primeiro turno, menos por mim e mais pelo país", defendeu.
Ciro diz acreditar que tem condições de tirar parte dos votos de Bolsonaro, que hoje tem cerca de 28 por cento das intenções de votos, nas últimas pesquisas.
"Existe um núcleo duro do eleitor do Bolsonaro que é fascista, 14, 16 por cento que vai ficar com Bolsonaro nem que ele corra nu na rua, que espanque a imagem de Nossa Senhora. Esse eleitor não está preocupado com nada. Costuma ser um garoto branco, rico com muito ódio no coração", disse. "Mas essa diferença vem para mim, porque eu sou o único quadro no campo centro-esquerda que pode derrotar o PT sem ódio e com capacidade de dialogar com a esquerda, a direita e o centro."
(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília, e Laís Martins, em São Paulo)
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