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Stone pede registro para IPO na Nasdaq, amplia pressão sobre Cielo e Rede

Aluísio Alves

São Paulo

01/10/2018 20h45

A empresa brasileira de meios de pagamentos Stone pediu registro nesta segunda-feira para realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Nasdaq, bolsa de valores nos Estados Unidos que concentra empresas de tecnologia, ampliando a pressão sobre Cielo e Rede, as maiores do setor.

Segundo o prospecto preliminar da oferta, Itaú BBA, Credit Suisse, Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs, JPMorgan, Citigroup e BTG Pactual vão coordenar a operação, que envolve ofertas primárias (papéis novos) e secundárias (ações detidas por atuais sócios).

A empresa diz no documento ter cerca de 200 mil clientes, um avanço de 127% em 12 meses. O prospecto também afirma que a Stone teve receita de R$ 635,7 milhões no primeiro semestre, crescimento de 92% ante mesma etapa de 2017.

Além disso, a empresa diz que teve lucro líquido de R$ 88 milhões de janeiro a junho, ante prejuízo de R$ 76 milhões um ano antes, e que tem cerca de 5,4% do mercado de meios eletrônicos de pagamentos.

Com a operação, a Stone segue os passos da PagSeguro, que no início do ano estreou na Bolsa de Nova York, com uma oferta inicial de cerca de US$ 2,7 bilhões, no maior IPO de uma empresa brasileira desde 2013.

A Stone havia tentado fazer sua estreia no mercado acionário dos EUA logo após a PagSeguro, mas recolheu e revisou sua operação. Em agosto, a Reuters publicou que a empresa havia contratado bancos para retomar o processo.

Os investidores na Stone incluem André Street e Eduardo Pontes, assim como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, fundadores da 3G Capital e também investidores da Anheuser Busch Inbev e da Kraft Heinz.

A Madrone Capital Partners, firma americana de investimentos que gere a fortuna da família Walton, maior acionista da varejista Wal-Mart, também está entre os acionistas da Stone, assim como as gestoras Gávea e Actis.

No prospecto, a Stone afirma que há crescente oportunidade no Brasil para maior uso dos meios eletrônicos de pagamentos. A empresa revelou ainda planos para operar serviços de gestão como CRM, programas de fidelidade.

Segundo o documento, os recursos obtidos com a oferta primária poderão ser usados para financiar futuras fusões, aquisições ou investimentos em negócios, produtos ou tecnologias complementares, mantendo a liquidez e financiando soluções de oferta de capital de giro.