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Cancelamento de oferta de ações da Light ocorreu por falta de acordo de preço, diz Cemig

28/11/2018 18h20

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Uma diferença de expectativa em relação a preço foi o motivo para o cancelamento da oferta pública de ações da Light, que seria ancorada por fundos de investimento liderados pela GP Investments, afirmou nesta quarta-feira um executivo da Cemig, controladora da distribuidora.

Na véspera, a Light informou ao mercado que a decisão foi tomada após os acionistas do bloco de controle considerarem que os termos e condições propostos para ancoragem não atendiam aos interesses da empresa.

A operação fazia parte de um plano da Cemig para reduzir sua fatia na distribuidora, desinvestimento que vem buscando há bastante tempo, mas sem sucesso.

"O principal ponto foi, evidentemente --como em toda transação que envolve esse tipo de oferta pública-- não se chegou a um acordo basicamente sobre o preço, em função de uma diferença de expectativas", disse o diretor de Gestão de Participações da Cemig, Daniel Costa.

Segundo o executivo, houve todo um processo de estruturação dessa transação, culminando inclusive com a mudança do estatuto social da Light, com aumento de capital autorizado, dentre outras operações necessárias para continuar em um processo de oferta pública.

No entanto, Costa frisou que a Cemig continua trabalhando para vender sua participação na Light, além de apoiar operações que envolvem a desalavancagem da distribuidora.

Na mesma linha, o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Maurício Júnior, disse que a busca pelo desinvestimento "não deu certo momentaneamente".

"Não deu certo por uma contingência. Devemos ressaltar a qualidade do nosso parceiro que estava avaliando a compra", disse Júnior.

"Nada está descartado, foi um relacionamento... que foi construído, com pequenas questões, que estão na mesa ainda, mas que podem voltar, seja com esse potencial comprador, seja com outro", afirmou.

CENÁRIO POLÍTICO

Júnior também comentou o atual momento político de transição, vendo como positivo o viés pró-mercado da nova administração federal e também em Minas Gerais.

"Quando a gente olha para o cenário que o país vive, agora é um cenário promissor, porque a Cemig é administrada, ao nosso ver, com viés de empresa privada, buscando eficiência, atendendo melhor aos clientes e no relacionamento muito certo com os agentes de mercado, de uma maneira muito transparente", afirmou.

(Por Marta Nogueira)