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Política de bem-estar social e aposentadoria serão revisadas na Itália, diz ministro

13/12/2018 12h28

ROMA (Reuters) - O governo da Itália vai cortar "alguns bilhões" de duas de suas principais reformas para atingir a nova meta de déficit que propôs à Comissão Europeia, disse o vice-primeiro ministro da Indústria, Dario Galli, nesta quinta-feira.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, se reuniu com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na quarta-feira em Bruxelas e se ofereceu para reduzir a meta de déficit da Itália para o próximo ano a 2,04 por cento do PIB, de 2,4 por cento anteriormente, para evitar medidas disciplinares da UE.

"Alguns bilhões (em economia) em comparação com as previsões teóricas originais virão da implementação realista das medidas políticas mais importantes do governo", disse Galli à emissora La7, referindo-se à assistência aos salários e à introdução de uma idade de aposentadoria mais baixa.

Depois da reunião com Juncker, Conte não detalhou como o déficit seria cortado. Conte disse apenas que o governo venderia mais ativos do Estado que o planejado inicialmente e que a economia vai crescer mais que o esperado no ano que vem.

Ele afirmou na noite de quarta-feira que o planejamento de despesas mais altas com aposentadorias e benefícios não será alterado. Mas Galli sugeriu que atrasar a implementação das medidas limitará seu custo total no próximo ano.

O governo de coalizão da Itália, composto pelo movimento anti-establishment 5 Estrelas e pela Liga de direita, destinou 9 bilhões de euros para fornecer apoio aos pobres e 7 bilhões de euros para permitir que trabalhadores de 62 anos com 38 anos de contribuição pudessem se aposentar.

"A meta original de déficit de 2,4 por cento foi calculada como se a renda dos cidadãos e a redução da idade estivessem em vigor desde 1º de janeiro. Mas ambas as medidas precisam de tempo para serem implementadas", disse Galli.

Em Paris, o comissário econômico da União Europeia, Pierre Moscovici, disse ao Senado francês que a Itália e a UE estavam tendo conversas construtivas sobre a economia e a situação do déficit de Roma, mas ainda havia trabalho a ser feito.