Plantio de milho: 2ª safra ainda está em aberto em Goiás, diz Comigo
RIO VERDE, Goiás (Reuters) - O tamanho da área a ser ocupada com milho de segunda safra ainda não está definido no sudoeste goiano, e a expansão no plantio na região neste ano pode não ser tão expressiva após problemas climáticos com a soja, avaliou à Reuters o presidente da cooperativa Comigo.
Segundo Antonio Chavaglia, desde a década de 1980 à frente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), receios sobre as condições climáticas deixam os produtores com um pé atrás sobre expandir a área plantada com o chamado milho safrinha.
Há incertezas especialmente sobre o milho plantado mais tarde, sujeito a perdas em caso de tempo seco em fases importantes da cultura durante o outono, acrescentou ele.
"A área não está bem especificada... O pessoal está pensando não mais plantar em março... Não quer arriscar", disse ele.
A expectativa da Comigo era de que seus cooperados ampliassem em 5 por cento a área plantada com o cereal de segunda safra, para mais de 600 mil hectares, cerca de metade do total plantado na safrinha no Estado.
Mas o próprio Chavaglia disse não esperar "muito aumento".
O milho safrinha é semeado logo após a colheita de soja. Algumas áreas já estão sendo plantadas, com a retirada mais acelerada da oleaginosa do campo após a seca.
Conforme Chavaglia, produtores já colheram 18 por cento do total plantado com soja, versus 10 por cento na comparação anual.
Perdas na soja
O tempo adverso no Estado desde dezembro tornou-se um motivo de preocupação, com impacto na soja.
Na área de atuação da Comigo, a produtividade média projetada para a soja está na casa de 56 sacas de 60 kg de soja por hectare, queda de quase 10 sacas na comparação com o ano anterior.
Com sede em Rio Verde, no sudoeste goiano, a Comigo é uma das mais tradicionais cooperativas agrícolas do Brasil e tem em seu quadro 7,7 mil cooperados, faturando 3,3 bilhões de reais em 2017.
Os cooperados da Comigo plantam em 1,3 milhão de hectares com soja, o que representa em torno de 40 por cento de toda a área com a oleaginosa no Estado.
Para Chavaglia, a soja dos cooperados apresenta perdas, principalmente aquela mais precoce.
"Mas as de ciclo médio e tardio podem ter boas produtividades, precisa de um volume maior de chuva", afirmou.
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