Embaixador dos EUA pede que "mitos" sobre agricultura não impeçam acordo pós-Brexit
LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha não deve seguir o "Museu da Agricultura" da União Europeia e deixar que falsas preocupações com as práticas agrícolas norte-americanas atrapalhem um acordo pós-Brexit, disse neste sábado o embaixador dos Estados Unidos em Londres.
Na quinta-feira, os Estados Unidos estabeleceram seus objetivos para um acordo comercial pós-Brexit com a Grã-Bretanha, buscando eliminar ou reduzir as barreiras para os produtos agrícolas dos EUA e simplificar as diferenças regulatórias.
Opositores do Brexit argumentam que tal acordo com os norte-americanos abriria os mercados da Grã-Bretanha para produtos do tipo frango tratado com cloro e culturas geneticamente modificadas, enquanto ministros disseram que o governo não reduziria os padrões de alimentação para obter acordos comerciais.
"Vocês foram apresentados a uma falsa escolha: ou ficar com as diretrizes da UE ou se verem inundados por comida americana da mais baixa qualidade", escreveu o embaixador Woody Johnson no jornal Daily Telegraph.
"Termos inflamatórios e equivocados como 'frango com cloro' e 'carne com hormônio' são utilizados para apresentar a agricultura americana da pior maneira possível. É hora de os mitos serem chamados do que realmente são: uma campanha de difamação de pessoas com seus próprios interesses protecionistas."
Johnson disse que os agricultores norte-americanos estavam usando todas as ferramentas científicas e tecnológicas para ajudar a enfrentar os desafios de uma crescente população global e as pressões ambientais e de saúde resultantes.
"Não é sustentável para todo o mundo seguir a abordagem do 'Museu da Agricultura' da UE. Temos que olhar para o futuro da agricultura, não apenas para o passado", ele disse.
Em uma outra reportagem neste sábado, o Telegraph informou que a Grã-Bretanha seguirá todos os regulamentos de alimentos e agricultura da UE por nove meses caso saia do bloco sem ter garantido um acordo para proteger a agricultura britânica.
O jornal disse que a medida enviou um sinal de que o Reino Unido quer permanecer alinhado aos padrões agrícolas europeus e não aos norte-americanos.
(Reportagem de Michael Holden)
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