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Cielo quer indicador que mostre custo total praticado no setor de meios de pagamentos

03/05/2019 13h24

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Cielo quer a criação de um indicador que apresente o custo efetivo total (CET) praticado no setor de meios de pagamentos, conforme comunicado ao mercado nesta sexta-feira, em mais um movimento com potencial de acentuar a já acirrada competição entre as empresas processadoras de cartões no país.

"A Cielo lança, hoje, um movimento para criar um indicador que apresente com clareza o custo efetivo total (CET) praticado na nossa indústria, da mesma forma como foi feito no crédito do setor bancário", disse a maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país, que vem enfrentando a entrada de inúmeros novos concorrentes.

De acordo com a Cielo, que é controlada por Bradesco e Banco do Brasil, conversas com órgãos reguladores do mercado já começaram.

"Acreditamos que a transparência acabará de vez com pegadinhas, asteriscos, letras miúdas e condições impossíveis de serem cumpridas", afirmou a empresa. No primeiro trimestre, a Cielo viu seu lucro recuar 45 por cento, em boa parte devido ao aumento das despesas com marketing e pessoal para tentar reagir à concorrência cada vez mais feroz no segmento.

No comunicado desta sexta-feira, a Cielo disse ser a primeira empresa a garantir que o empreendedor ganhe a maquininha após faturar 1,6 mil reais no crédito por mês, nos três primeiros meses.

A empresa também afirmou que, a partir de 27 de maio, para comerciantes que optarem pela modalidade de aluguel da maquininha, reduzirá as taxas do plano Cielo Livre.

"Esse plano isenta o cliente da taxa de antecipação no crédito à vista, do aluguel (faturamento acima de 5 mil reais por mês) e da obrigação da abertura de conta corrente em bancos específicos."

A partir também do dia 27 de maio, a empresa afirmou que os clientes poderão receber as vendas instantaneamente na conta digital da Cielo. "Também liberamos nosso sistema para que qualquer banco ofereça a novidade aos seus clientes."

"Estamos na disputa com preços extremamente competitivos e transparentes, com o compromisso de oferecer a melhor experiência aos nossos clientes."

A movimentação da Cielo acontece em um momento em que a concorrência no mercado de adquirência teve uma guinada desde meados de abril, quando sua maior rival Rede, do Itaú Unibanco, zerou as taxas para antecipar o pagamento de recebíveis a lojistas.

Outras, como Safrapay e PagSeguro, anunciaram medidas como redução de tarifas e pagamento instantâneo.

Em relação à proposta do indicador sobre o custo efetivo total, analistas do Itaú BBA avaliaram que não é fácil fazer essa comparação, pois há múltiplos pacotes de produtos e preços - o custo total para o comerciante deve ser significativamente diferente dependendo do mix de vendas.

Eles destacaram, contudo, que, apesar da dificuldade no cálculo deste índice, "se implementado pode aumentar ainda mais a competição entre os players e deve se tornar mais fácil para os comerciantes compararem a oferta de credenciamento".

Mais cedo nesta sexta-feira, durante teleconferência sobre o balanço do primeiro trimestre, presidente-executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, disse que não há sinais de que a competição acirrada no setor de meios de pagamentos do país vá arrefecer.

Às 13:13, as ações da Cielo cediam 1,3 por cento, a 7,39 reais, enquanto o Ibovespa subia 0,74 por cento. No ano, as ações acumulam declínio de quase 14 por cento.