Coordenador da Previdência, Frota quer defensores da proposta prontos para se contraporem à gritaria da oposição
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - Designado pelo PSL ao posto informal de coordenador na comissão especial da reforma na Previdência na Câmara dos Deputados, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) reconheceu que os companheiros de partido ainda não defendem a aprovação da proposta na íntegra, tal qual a equipe econômica, mas avalia que eles estão agora munidos de mais armas para enfrentar a oposição, inclusive com apostilas solicitadas por ele próprio.
“O PSL apesar de fechar questão e votar sim —já é um acordo com o governo— existe muito estudo e discussão em cima de diversos pontos”, afirmou ele.
“Nós temos uma série de pessoas diferentes, de classes diferentes, de regiões no Brasil diferentes, então a gente está ouvindo todo mundo”, completou Frota, sobre a falta de endosso integral à proposta que muda as regras para aposentadoria.
Em meio a críticas sobre a falta de uma articulação política coesa e ausência de base constituída no Congresso para tocar aquela que é considerada a mais importante medida econômica do governo Jair Bolsonaro, Frota foi convidado pela liderança do PSL a assumir a nova função. Para tocar a tarefa, resolveu se desligar da comissão de Cultura da Câmara.
Sobre sua atuação até aqui enquanto coordenador, Frota avaliou ter conseguido colocar “uma organização”, além de “disciplina e estudo”.
“Eles, a oposição, estão acostumados a falar, gritar, levar cartaz, fazer aquele carnaval. E eu assumi junto à direção do PSL, junto aos líderes do PSL, não aceitar mais que ficássemos passivos.”
"O QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE SABER"
Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter tido uma recepção inóspita em audiência na comissão de Constituição e Justiça da Câmara, com a oposição dominando as interpelações, Frota esteve por trás da estratégia montada para nova —e mais tranquila— participação de Guedes, desta vez na comissão especial, na quarta-feira.
“Reuni os deputados na minha sala no PSL e acertamos os pontos, cortamos os egos, corrigimos algumas coisas”, disse ele, acrescentando ter pedido a ajuda do líder do partido na Casa, Delegado Waldir (PSL-GO), para que todos entendessem a questão do uso do tempo no colegiado.
“Eu também pedi uma consultoria técnica no Ministério da Economia e montamos uma apostila ‘O que você não pode deixar de saber ao entrar na comissão especial sobre a Nova Previdência e a poupança garantida’ e entreguei isso a todos os deputados titulares e deputados suplentes e fizemos uma leitura desses pontos na liderança do PSL.”
Segundo uma fonte da equipe econômica, foi de Frota a ideia, em reunião no Ministério da Economia, de se referir à capitalização como “poupança garantida”, expressão que passou a ser usada em uníssono pelo governo, inclusive por Guedes.
À Reuters, ele disse que a autoria foi coletiva.
“É tudo muito complicado, se a gente não falar a linguagem popular, a comunicação não chega. E ela tem que chegar às ruas, tem que chegar naqueles locais mais difíceis né.”
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