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Ata do Fomc mostra que paciência vai "durar por algum tempo" enquanto membros debatem balanço

22/05/2019 15h40

Por Howard Schneider e Jason Lange

WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do Federal Reserve concordaram na última reunião que a atual postura de paciência para a política monetária pode permanecer "por algum tempo", mais um sinal de que veem pouca necessidade para mudar os juros em qualquer direção.

De acordo com a ata da reunião de 30 de abril e 1º de maio do Fed, os membros também analisaram profundamente a mecânica com a qual poderiam estruturar melhor o balanço da instituição, de vários trilhões de dólares em títulos, para enfrentar uma contração econômica futura.

Eles rapidamente chegaram a um dilema ao discutir o que poderia ser um plano de vários anos para estruturar talvez 3,5 trilhões a 4 trilhões de dólares em ativos para refletir a carteira atual de Treasuries ou se focar em títulos com vencimentos de prazos mais curtos.

"Muitos participantes" disseram achar que poderia ajudar o Fed abastecer-se gradualmente de títulos de curto prazo agora, para que assim os papéis possam ser trocados por títulos de prazo mais longo e reduzir os juros de longo prazo como uma maneira de estimular melhor a economia se necessário no futuro.

Entretanto, apresentações da equipe destacaram que isso poderia acontecer às custas de juros mais altos de longo prazo agora "e implica que a trajetória da taxa de juros precisaria ser mais baixa de forma proporcional para alcançar os mesmos resultados macroeconômicos".

Nos cenários que foram discutidos, isso significaria, ironicamente, que o Fed teria menos espaço para cortar os juros em uma crise e mais provavelmente teria que contar com sua carteira de ativos para impulsionar a economia.

Nenhuma decisão foi tomada.

A última reunião do Fed aconteceu antes de o governo dos Estados Unidos elevar tarifas sobre produtos chineses e intensificar as tensões comerciais globais mais com restrições à gigante de tecnologia chinesa Huawei.

Naquele ponto, com a continuidade do crescimento fraco, a inflação baixa e alguns riscos globais aparentemente diminuindo, "membros observaram que uma postura de paciência... deve permanecer apropriada por algum tempo... mesmo que as condições econômicas e financeiras globais continuem a melhorar".

Embora "poucos" participantes tenham alertado para os riscos da inflação e uma possível necessidade de juros mais altos e "vários" tenham destacado que a inflação pode enfraquecer, a ata refletiu um comitê pronto para esperar até que os dados econômicos mudem de forma convincente em uma direção ou outra.

O comitê manteve a taxa de juros na faixa entre 2,25% e 2,5%.