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Bolsonaro acusa PT de criar células de guerrilha com médicos cubanos e diz que não precisa ter provas

16/08/2019 14h31

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro voltou a acusar os médicos cubanos que estavam no Brasil dentro do programa Mais Médicos de terem sido enviados, a pedido do PT para criarem "células terroristas" no país, mas disse que não precisa apresentar provas da sua acusação.

"O PT botou no Brasil cerca de 10 mil fantasiados de médicos aqui dentro, em locais pobres para fazer células de guerrilhas e doutrinação. Tanto é que quando eu cheguei eles foram embora porque eu ia pegá-los", acusou Bolsonaro.

O presidente voltou às acusações contra Cuba e o PT --partido que estava no governo quando o Mais Médicos foi criado--, ao ser questionado sobre propostas para resolver problemas sociais do Brasil, depois de reclamar de reportagens que mostravam a situação difícil que vive a família da primeira-dama, Michele, em uma cidade-satélite de Brasília.

Ao ser perguntado diretamente sobre provas das acusações que faz aos médicos cubanos, Bolsonaro evitou responder.

"Precisa ter prova disso daí? Tu acha que está escrito isso aí em algum lugar?", disse.

Diante da insistência dos repórteres, afirmou que Cuba exportava guerrilheiros na década de 70 para Angola e que estava difícil apurar a ação dos cubanos no Brasil porque "o PT sumiu com muita coisa".

O presidente também foi questionado se sabia de alguma ação guerrilheira dos cubanos durante os anos que estiveram no Brasil e respondeu que estavam aqui em "preparação".

"É preparação, é preparação. Você não faz as coisas de uma hora para outra, fazendo a cabeça do povo", afirmou.

Bolsonaro usou ainda como justificativa o que diz ser falta de qualidade da medicina em Cuba. Mais uma vez, lembrou que o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez foi para o país para ser tratado e morreu.

"Alguém já viu um médico cubano andando pelo mundo defendendo teses? Não. Nem tem internet em Cuba. Eles nem conseguem ter acesso a outras fontes de informação. Não tem nada lá, meu Deus", afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)