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Após circuit breaker, Ibovespa mantém forte queda com ceticismo sobre medidas de BCs contra pandemia

16/03/2020 11h54

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caía cerca de 12% nesta segunda-feira, após ter negociações suspensas mais cedo em razão de circuit breker, mesmo após medidas de bancos centrais para frear os efeitos nocivos da pandemia do novo coronavírus nas economias, com agentes céticos sobre a eficácia dessas ações.

A sessão também era marcada pelo vencimento de opções sobre ações.

O circuit breaker foi acionado às 10:24, após o Ibovespa cair 12,53%, a 72.321,99 pontos, o quinto do mês em meio à forte volatilidade nos mercados devido ao vírus e seus efeitos econômicos. O mecanismo voltará a ser disparado se o Ibovespa cair 15%, e aí os negócios serão suspensos por 1 hora.

Na mínima até o momento, o Ibovespa chegou a 70.854,82 pontos, queda de 14,3%.

Na sexta-feira, o Ibovespa à vista fechou em alta de 13,91%, em dia de recuperação global dos mercados.

O Federal Reserve e outros bancos centrais globais agiram agressivamente no domingo, com a autoridade monetária norte-americana cortando os juros para perto de zero, prometendo centenas de bilhões de dólares em compras de ativos e oferta de financiamento barato em dólar.

Em nota a clientes, o Credit Suisse destacou que esses estímulos emergenciais são medidas fortes, que fazem sentido dada a rápida deterioração econômica como consequência do surto do Covid-19, mas que, mesmo com todas essas iniciativas, o mercado parece estar mais cético e negativo.

O mercado parece estar "preocupado que essas medidas não serão suficientes pra conter o real impacto econômico causado pelo coronavírus, o que pode indicar o início de uma semana ainda bem volátil", afirmou o Credit Suisse em nota a clientes enviada pela corretora do banco.

No exterior, o norte-americano S&P 500 perdia mais de 8,3%, também tendo acionado o circuit breaker, enquanto, em Londres, o FTSE 100 recuava 6,5%. Os preços do petróleo também voltaram a desabar, com o Brent caindo 9,5%.

"As sequelas do Covid-19 já se fazem presentes na economia global e devem se ampliar ainda mais nas economias da Zona do Euro, EUA e aqui no Brasil, com risco de estarmos próximos de uma recessão global", destacou a equipe da Mirae Asset, em relatório a clientes.

Entre as ações do Ibovespa, as companhias aéreas estavam entre as mais afetadas, devido ao efeito da pandemia no setor de viagens, além da alta do dólar, com Azul e Gol perdendo mais de 20%. A Azul divulgou medidas para limitar o impacto financeiro do vírus.