Queda de demanda faz Gol optar por cortar capacidade em até 70% até meados de junho
SÃO PAULO (Reuters) - A Gol decidiu cortar sua capacidade total de voos entre 60% e 70% até meados de junho, em resposta à queda da demanda registrada nas últimas semanas disparada pelo pânico em torno da pandemia de coronavírus.
A companhia afirmou que o corte na oferta será da ordem de 50% a 60% no mercado doméstico e de 90% a 95% nas operações internacionais. A empresa ressaltou que o cálculo para os cortes de capacidade foram feitos com base "nas melhores estimativas" e com "as informações autalmente disponíveis" e por isso não descarta fazer revisões na estimativa.
"Em fevereiro, a companhia observou um efeito muito pequeno com o avanço do covid-19, e não foi preciso ajustar o seu nível de serviço aos clientes. No entanto, nesses últimos dias, houve um declínio mais significativo na demanda em todo o mercado de viagens aéreas no Brasil", afirmou a Gol, sem dar detalhes sobre a demanda.
A decisão foi divulgada depois que a rival Azul anunciou suspensão de voos para Bariloche, na Argentina, e para 10 cidades brasileiras, também citando queda na demanda e restrições a viagens devido à epidemia. A empresa afirmou que a redução de sua capacidade total será de 20% a 25% em março e de entre 35% a 50% em abril e nos próximos meses.
A Gol afirmou que mantém seus planos de negócios para "médio e longo prazos" e que tem capacidade para fazer "ajustes mais severos, se necessários, sem ter que revisar seus planos de frota ou estrutura corporativa".
As ações da Gol encerraram o dia em queda de 28%, a 8,04 reais, menor cotação desde meados de 2017. Os papéis da Azul recuaram 36,9% e fecharam a 15,60 reais, menor valor da história da companhia.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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