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Bolsonaro diz que coronavírus é inimigo comum com governadores, mas é preciso combater desemprego

23/03/2020 18h26

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o combate ao novo coronavírus é o "inimigo comum" com os governadores, mas destacou que o efeito colateral da pandemia no país --o desemprego diante das medidas de isolamento social-- pode ser enfrentado.

"Sabemos que temos um inimigo em comum, o virus, bem como sabemos e temos a consciência que o efeito colateral que pode ser o desemprego pode ser combatido", disse Bolsonaro, em pronunciamento no Palácio do Planalto que fez logo após comandar reuniões virtuais com governadores das regiões Norte e Nordeste do país.

Segundo o presidente, os governadores ficaram "bastante satisfeitos" com o pacote de medidas de 85 bilhões de reais apresentado pelo governo federal em meio à pandemia de coronavírus.

Os encontros virtuais com governadores do Norte e Nordeste ocorreram após troca de farpas nos últimos dias dos chefes de Executivo locais e o presidente sobre a melhor forma de condução das políticas de enfrentamento ao vírus.

No início da sua fala, Bolsonaro disse que as palavras que marcaram as reuniões foram "cooperação" e entendimento", classificando os encontros como "excepcionais". Ele disse ter feito um apelo para que os governadores apoiem medidas propostas para enfrentamento da crise que estão na Câmara dos Deputados.

"Os senhores governadores se mostraram bastante satisfeitos. Obviamente, apelamos que as nossas propostas que ora estão em tramitação na Câmara tivessem um olhar muito especial por parte deles, porque todos nós devemos, ao final dessa batalha, sairmos fortalecidos", disse Bolsonaro em pronunciamento.

"Estou muito feliz, cumprimento não só os governadores, bem como o vice-presidente da República (Hamilton Mourão), ministros e secretários que foram pessoas que com muito galhardia, com muita competência, souberam dar uma respostas aos governadores que, de forma muito justa, haviam pleiteado junto a nós", destacou.

Bolsonaro --que foi bombardeado de críticas por parlamentares e nas redes sociais pela edição de uma medida provisória na qual um trecho previa a suspensão por quatro meses de contratos de trabalho sem pagamento de salário, posteriormente revogada-- saiu logo após o seu pronunciamento.

Ele não respondeu a perguntas de jornalistas, que ficaram para serem respondidas por ministros e auxiliares do governo.

Na terça-feira, o presidente terá encontros virtuais com os governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Mais cedo, Bolsonaro havia dito no Twitter que a maior parte do montante, cerca de 40 bilhões de reais, virá por "operações com facilitação de crédito", sem detalhar.

Além disso, o pacote também atende a pedidos dos Estados, como suspensão do pagamento de dívidas estaduais, em alívio que deve atingir 12,6 bilhões de reais.