Vazam fotos de novos aviões chineses, e até a Bolsa nos EUA é afetada
Nas últimas semanas, vazaram imagens daquelas que seriam as novas aeronaves de combate chinesa de última geração. Apesar de seu desenvolvimento não ser secreto, seu visual não era conhecido, e os flagras despertaram a atenção para a renovação da frota militar do país asiático, além de acender o alerta na concorrência norte-americana.
Aviões nova geração?
As imagens não são muito claras, mas mostram, em vídeos diferentes, três novos aviões até então não divulgados voando nos céus da China. A revelação causa impacto por mostrar o estado avançado da aviação daquele país, que pode ameaçar a hegemonia norte-americana na produção de aeronaves militares de combate.
As imagens sugerem que dois deles são modelos stealth, ou seja, aviões furtivos, que dificilmente são detectados por radares. Muitos têm acreditado que eles são de sexta geração, mas esse tipo de classificação pode soar mais como propaganda.
A atual geração de caças seria a 5ª, como o russo Su-57, os norte-americanos F-22 e F-35 e os chineses J-35 e J-20.
Como não se sabe quais tecnologias essas aeronaves da China possuem, não se pode afirmar que seriam de uma nova geração.
Dois dos aviões possuem formato de diamante, similar aos bombardeiros norte-americanos B-21 e B-2. Um deles aparenta ter três entradas de ar, indicando uma configuração fora do padrão de três motores.
Ambos têm design similar a outros encontrados na natureza. Um deles se assemelha a uma folha de ginkgo biloba, e o outro, a uma ave.
Em um período de apenas três dias, uma terceira aeronave foi revelada ao público. Dessa vez, um KJ-3000, um avião radar de alerta antecipado.
Essa aeronave é projetada para operar como um sistema de detecção de ameaças voador, além de ser capaz de coordenar operações e compartilhar informações com outros aviões em pleno voo. Todas as imagens não são de boa qualidade, mas mostram que o país não está parado na esfera militar.
O mais interessante é mostrar como o desenvolvimento chinês pode estar bem à frente do dos Estados Unidos, já que o país norte-americano vinha levando em ritmo mais lento o que chama de NGAD (Next Generation Air Dominance, ou, Próxima Geração de Domínio Aéreo). Pelo menos, até agora.
Concorrência afetada
Atualmente, o caça considerado o mais moderno em produção nos países do hemisfério ocidental é o F-35, da norte-americana Lockheed Martin. A fabricante teve suas ações afetadas por essas imagens, e um analista financeiro indicou uma retração na confiança nos papeis da empresa.
Ao site de notícias financeiras Barron's, o especialista Scott Deuschle, do Deutsche Bank, reviu suas perspectivas para a Lockheed Martin no curto prazo. Ele mudou a classificação da norte-americana de "comprar" para "manter", além de ter rebaixado a sua meta dos preços das ações de US$ 611 para US$ 523.
Após a notícia ir ao ar na semana passada, as ações da companhia sofreram uma queda de 0,8%, mais do que a média da Standard & Poor's 500, que foi de 0,2%.
Grande parte da preocupação do analista se deve ao fato da incerteza da manutenção a longo prazo dos caças F-35 e perante a modernização da frota de aviões na China. Com a necessidade de acompanhar a evolução cada vez mais rápida das aeronaves de combate chinesas, o governo dos EUA pode tentar acelerar o programa NGAD, o que poderia frear a produção dos F-35 para favorecer um novo modelo de aeronave.
O caça representa 25% das vendas totais da Lockheed Martin, segundo a publicação.
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