Ibovespa caminha para 4º alta com noticiário externo favorável; Petrobras ajuda
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa ganhava fôlego nesta quinta-feira, chegando a avançar mais de 2% e situando-se acima dos 80 mil pontos, com Petrobras ampliando a alta na esteira do salto do petróleo, em meio a apostas crescentes de um acordo entre os maiores produtores da commodity para reduzir produção.
A bolsa paulista mostrava tom positivo desde a abertura, caminhando para a quarta alta seguida, diante de sinais de desaceleração do Covid-19 na Europa e novas medidas do Federal Reserve para ajudar governos locais e pequenas e médias empresas dos Estados Unidos.
Às 12:39, o Ibovespa subia 0,99 %, a 79.399,35 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 80.427,60 pontos.
O Ibovespa não registra quatro sessões de fechamento positivo desde o começo de dezembro de 2019. Até o momento, acumula alta de cerca de 14% na semana. O volume financeiro do pregão era de 9,54 bilhões de reais.
Na visão da equipe do BTG Pactual, "o sentimento que começa a prevalecer no mercado é que a fase disfuncional ficou para trás, onde, além do pânico, tivemos uma forte desalavancagem de todo o mercado". Em nota a clientes, eles destacam, porém, que a cautela é um fator primordial.
Os preços do petróleo dispararam após a notícia de que uma fonte da Opep afirmou que Arábia Saudita e Rússia chegaram a um acordo sobre maiores cortes de produção. Fontes da Opep e da Rússia afirmaram ainda que a Opep+ e outros países vão discutir corte de até 20 milhões de barris por dia.
Agentes financeiros vinham citando a questão como mais um fator de risco, após Arábia Saudita e Rússia entrarem em uma guerra de preços, com a primeira anunciando aumento na produção.
Mais cedo, o ânimo teve respaldo do banco central norte-americano, que apresentou nesta quinta-feira um esforço amplo de 2,3 trilhões de dólares para ajudar governos locais e pequenas e médias empresas norte-americanas, em nova medida para manter a economia intacta apesar do enfrentamento à pandemia de coronavírus.
O chairman do Fed, Jerome Powell, ainda afirmou que não poupará esforços para garantir que a recuperação da economia norte-americana seja tão vigorosa quanto possível.
Em meio a isso, o número de mortes diárias por coronavírus na Espanha caiu nesta quinta-feira depois de dois dias de altas, enquanto, na Itália, o primeiro-ministro disse que o país pode começar a suspender gradualmente algumas restrições à movimentação de pessoas.
No Brasil, da série de medidas ligadas ao Covid-19, o Banco Central diminuiu o requerimento de capital das operações de crédito destinadas a pequenas e médias empresas e o CMN adotou medidas para facilitar renegociação de dívidas por parte das instituições financeiras. A Caixa Econômica Federal também anunciou que oferecerá carência no financiamento imobiliário para pessoas físicas e para construtoras.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiam 2,1% e 1,6%, respectivamente, impulsionadas pela forte valorização dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent avançava 1,3%.
- VIA VAREJO ON tinha alta de 5,4%, entre os destaques positivos, beneficiando-se do clima mais favorável para reduzir as perdas no ano, que ainda superam 50%. No setor, MAGAZINE LUIZA ON recuava 0,5%.
- ELETROBRAS ON ganhava 7,7% após medida provisória para viabilizar ações de apoio ao setor elétrico, o que tende a aliviar preocupações com eventual inadimplência, que poderia vir a afetar geradoras.
- BRADESCO PN subia 1,5%, tendo no radar as novas medidas do BC envolvendo o setor bancário, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN tinha oscilação positiva de 0,04%. BANCO DO BRASIL ON valorizava-se 2,9%.
- VALE ON avançava 1,3%, beneficiada pela alta do minério de ferro na China. A mineradora também disse que prevê antecipar um total de 932 milhões de reais em pagamentos a pequenas e médias empresas até o fim de abril, se considerados desembolsos já feitos desde o início da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
- SUZANO recuava 4,8%, em meio à queda do dólar ante real. Em teleconferência nesta quinta-feira, o presidente da maior produtora mundial de celulose de eucalipto, Walter Schalka, afirmou que os fabricantes de papel na China estão operando à plena capacidade e com bom fluxo de recebimento de matérias-primas. O executivo também afirmou que a empresa vai reduzir investimentos.
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