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Rússia elogia acordo sobre petróleo e diz que salva milhões de empregos nos EUA

13/04/2020 11h14

Por Katya Golubkova e Olesya Astakhova

MOSCOU (Reuters) - Um acordo global para restringir a produção de petróleo alcançado no final de semana deverá ajudar a estabelecer um piso para os preços da commodity e a salvar milhões de empregos nos Estados Unidos, disseram representantes do governo russo nesta segunda-feira.

Envolvidos em uma disputa com potências ocidentais, principalmente os EUA, desde 2014, após a anexação da Crimeia junto à Ucrânia e acusações de interferência em eleições, os russos têm tentado reconstruir laços desde a pandemia de coronavírus.

Eles enviaram ajuda médica à Itália e aos EUA para o combate à epidemia e ainda deram seu apoio ao histórico pacto sobre a oferta de petróleo, que pode ter implicações negativas para sua própria economia.

Os planos para cortes de oferta representam uma completa virada para a Rússia e a Arábia Saudita, que vinham ameaçando aumentar a oferta em uma disputa por participação no mercado desde o colapso de um acordo anterior entre a Opep e outros produtores no início de março.

Com ajuda do G20, líderes da Rússia, dos EUA e da Arábia Saudita se envolveram em uma série de negociações por telefone na semana passada para forjar o acordo, que deve retirar até 20 milhões de barris por dia (bpd) do mercado de petróleo, ou cerca de um quarto da oferta total.

"O presidente Putin teve na semana passada mais ligações telefônicas com o presidente Trump do que em todo o ano passado", disse o chefe do fundo soberano russo, Kirill Dmitriev, à CNBC.

Trump disse que ajudou a negociar o acordo. Os EUA também concordaram em fazer cortes de oferta adicionais no lugar do México, ajudando a salvar o pacto após quatro dias de negociações.

"Esse é um exemplo de nós trabalhando juntos para o bem de nossas nações", disse Dmitriev à CNBC, estimando que o acordo deve salvar mais de 2 milhões de empregos nos EUA.

Sem o acordo, os preços do petróleo poderiam seguir em colapso, caindo para abaixo de 10 dólares o barril, ante mais de 30 dólares agora, acrescentou ele.