Witzel prorroga isolamento no RJ até 30 de abril e cobra ajuda federal
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), confirmou nesta segunda-feira a prorrogação das medidas de isolamento social no Estado em decorrência do coronavírus até 30 de abril, e cobrou ajuda financeira do governo federal no enfrentamento à pandemia.
Witzel, que havia antecipado na semana passada a intenção de prorrogar as medidas de restrição até o fim do mês, editou decreto em que afirma que ainda há necessidade de se manter a situação de emergência no Estado por conta do número crescente de casos da Covid-19.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro é o segundo Estado com mais casos confirmados da doença no país, com 3.231 registros e 188 mortes, atrás apenas de São Paulo, o epicentro do surto no Brasil.
O governador fluminense, que foi um dos primeiros a adotar medidas de restrição de circulação para conter o avanço do coronavírus, afirmou nas redes sociais que o governo federal deveria se espelhar em exemplos internacionais e conceder ajuda aos governos estaduais.
“Em países como Itália e Estados Unidos, as medidas restritivas são mais rígidas do que as nossas, e lá os governos federais têm noção e a responsabilidade de socorrer Estados”, disse Witzel em sua conta no Twitter.
“Tenho certeza que nosso governo federal fará o mesmo. Não como favor, como avaliam alguns, mas como uma obrigação”, acrescentou.
A ajuda financeira do governo federal aos Estados virou motivo de embate entre a equipe econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com visões opostas sobre o impacto fiscal das medidas. [nL2N2C11RJ]
Witzel chegou a declarar há algumas semanas que governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste poderiam recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o repasse compulsório de recursos federais para os Estados no enfrentamento ao coronavírus.
A disponibilidade de leitos na rede pública do Estado é baixa, e o Rio de Janeiro também sofre com a demora na chegada de equipamentos de proteção individual, respiradores e testes para Covid-19.
Para tentar evitar um colapso da rede, serão erguidos oito hospitais de campanha pelo Estado, alguns em parceria com a iniciativa privada, e outros dois pela prefeitura da capital fluminense.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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