Demanda por ouro na Índia pode ter mínima de 3 décadas com 'lockdown' afetando festas
Por Rajendra Jadhav
MUMBAI (Reuters) - O consumo de ouro na Índia pode recuar em até 50% em 2020 na comparação com o ano passado, atingindo o menor nível em quase três décadas, após um "lockdown" nacional fechar joalherias durante a importante temporada de festivais e casamentos.
A queda no consumo da segunda maior compradora de ouro do mundo pode limitar um rali nos preços globais, que bateram uma máxima de mais de sete anos no início deste mês. O recuo na demanda pode também reduzir o déficit comercial indiano e apoiar a cambaleante rúpia.
"Nós nunca vimos uma destruição de demanda como essa acontecer. As vendas estão zeradas durante o 'lockdown'", disse à Reuters o presidente do conselho local All India Gem and Jewellery, N. Anantha Padmanaban.
Ele afirmou que o consumo de ouro da Índia em 2020 pode cair para um nível entre 350 toneladas e 400 toneladas, mínima desde 1991, ante 690,4 toneladas em 2019.
A Índia prorrogou o isolamento a seus 1,3 bilhão de habitantes até pelo menos 3 de maio, com o número de casos de coronavírus no país superando 12 mil.
Os casamentos, que representam grande parte das compras de ouro na Índia, geralmente ocorrem no verão, mas neste ano foram adiados devido ao "lockdown", disse Padmanaban, em um grande revés para a indústria de jóias. Ele espera que o retorno a uma dose de normalidade nos próximos meses possa reativar a demanda até o final do ano.
Festivais religiosos, como Gudi Padwa e Akshaya Tritiya, também ajudam a alavancar a demanda por ouro no país, mas neste ano as pessoas estão confinadas em casa durante o período dos eventos, afirmou Prithviraj Kothari, diretor-gerente da comercializadora RiddiSiddhi Bullions.
A indústria de jóias da Índia também se preocupa com a desaceleração econômica e com cortes de emprego e salários, fatores que podem afetar a demanda mesmo após o término do "lockdown".
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