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Joice relata projeto de R$15,9 bi do Tesouro para microempresas prejudicadas por coronavírus

17/04/2020 20h39

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou nesta sexta-feira que conseguiu negociar com o governo um aporte de 15,9 bilhões de reais do Tesouro para crédito a microempresas atingidas pelo coronavírus, ante 10,9 bilhões de reais que tinham sido sinalizados pela equipe econômica, prevendo votação do projeto na próxima quarta-feira.

"Isso me possibilitou conseguir uma ótima negociação de juros com a Caixa. Assim ajudaremos muito mais gente", disse ela.

De acordo com a deputada, os juros dos empréstimos serão de Selic, atualmente em 3,75% ao ano, acrescidos de "pequeno percentual" remuneratório. Segundo Joice, o modelo de crédito no seu relatório prevê o Tesouro assumindo 85% do risco de inadimplência.

O parecer da deputada, que está sendo finalizado, representa uma mudança na estratégia da equipe econômica para socorrer as microempresas diante do ambiente conflagrado no Congresso após o presidente Jair Bolsonaro ter feito duras críticas ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista à CNN.

Inicialmente, o time do ministro Paulo Guedes havia tentado pegar carona em projeto do senador Jorginho Mello (PL-SC) para emplacar sua proposta de crédito para as microempresas, que previa aporte do Tesouro. Mas o substitutivo da senadora Kátia Abreu (PP-TO) aprovado no Senado acabou com escopo maior e mais complexo do que o demandado na crise, na visão dos técnicos da Economia.

Após chegar perto de anunciar um pacote de 10 bilhões de reais que seria inteiramente viabilizado pela Caixa Econômica Federal, o governo decidiu então trabalhar no projeto de Mello que chegou à Câmara, buscando construir um texto com o aval da Casa, afirmaram duas fontes da equipe econômica com conhecimento direto do assunto.

A equipe econômica apresentou a sugestão de criação de um fundo garantidor com os recursos do Tesouro, mas Joice afirmou que ainda está estudando se esta é a melhor saída.

"Preciso avaliar se esse fundo não será uma maneira de burocratizar o processo e impedir a facilidade dos empréstimos", disse.