Prefeitura abrirá 13 mil valas em cemitérios de São Paulo e aumentará capacidade para enterros
SÃO PAULO (Reuters) - A prefeitura de São Paulo vai abrir 13 mil valas em cemitérios administrados pelo município e elevará em um terço a capacidade de realizar enterros em meio a pandemia de coronavírus, anunciou nesta quinta-feira o prefeito Bruno Covas (PSDB).
Ele disse que entre as ações, parte de um plano de contingência para o serviço funerário paulistano, também está a contratação de 8 câmaras refrigeradas para armazenar até mil cadáveres e o acréscimo de 36 novos carros funerários, mais que dobrando a frota atual de 32 veículos.
"O pior ainda está por vir", disse Covas ao se referir à epidemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao lado do governador João Doria (PSDB).
"A nossa preocupação é de estarmos preparados para organizar e minimizar a dor das famílias para que elas possam dar um sepultamento digno aos entes que vão ser perdidos. Por isso elaboramos um plano de contingência para que a gente possa ter um funcionamento adequado do serviço funerário aqui em São Paulo", afirmou.
O prefeito disse que o município aumentará a capacidade de sepultamentos, atualmente em 240 enterros por dia, para 400, além de adquirir equipamentos de proteção individual para os agentes sepultadores da cidade e de flexibilizar o monopólio que a prefeitura detém sobre o serviço funerário.
"Estamos abrindo 13 mil novas valas, inclusive com apoio e utilização de quatro mini-retroescavadeiras, e se necessário vamos ter capacidade para poder trabalhar 24 horas por dia aqui na cidade de São Paulo", disse.
"Amanhã publico um decreto flexibilizando o monopólio do serviço funerário na cidade de São Paulo para que todos os velórios e sepultamentos que acontecem nos cemitérios privados possam acontecer sem passar pelo serviço funerário da prefeitura", acrescentou.
Covas também divulgou uma peça publicitária feita pela prefeitura que defende a necessidade da quarentena e do isolamento social para conter o avanço da doença, ao mostrar a situação a que chegou a cidade de Guayaquil, no Equador, onde o sistema funerário e de saúde entraram em colapso e cadáveres acabaram ficando pelas ruas.
Indagado se as medidas anunciadas nesta quinta apontam o número de mortos pelo Covid-19 que a prefeitura espera para a cidade de São Paulo, o prefeito respondeu: "A gente tem que estar preparado para os piores cenários."
(Por Eduardo Simões)
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