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Vale prevê ao menos US$2 bi para reduzir em 33% emissões de CO2 até 2030

12/05/2020 12h26

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale prevê investir ao menos 2 bilhões de dólares para reduzir em 33% suas emissões absolutas de carbono, diretas e indiretas, até 2030, em uma iniciativa que visa fazer frente ao Acordo de Paris, afirmou à Reuters nesta terça-feira o diretor-presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo.

As emissões diretas, conforme a companhia, são provenientes de operações próprias e as indiretas, de origem externa usadas no processo produtivo, como o consumo de energia elétrica.

O montante, que já está previsto nos investimentos da mineradora para os próximos anos, será para projetos como uso de biodiesel na área de metais básicos, eficiência energética, eletrificação de mina e ferrovia e uso de biocombustíveis na pelotização em substituição ao carvão e de energia renovável.

A iniciativa é um avanço na agenda do clima da empresa, que em dezembro, informou ter como objetivo se transformar em uma empresa com emissão líquida zero nos chamados escopos 1 e 2 em 2050.

"É uma meta bastante agressiva quando compara com outros pares... Mas, mais importante, foi que nós demos algo que ninguém deu ainda, que é o caminho para atingir essa meta com um grau de granularidade que está ali", disse Bartolomeu, em entrevista por meio de uma plataforma eletrônica.

O ano-base usado no cálculo da meta carbono foi o de 2017, quando a Vale emitiu 14,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e). O objetivo é reduzir para 9,5 MtCO2e em 2030.

Segundo o executivo, a iniciativa da Vale ocorre como um dos resultados de um maior diálogo com a sociedade, buscado após o rompimento de barragem em Brumadinho (MG) em 2019, por meio do qual foi possível identificar um desejo de maior robustez em compromissos da empresa para a questão ambiental.

"Brumadinho nos acordou para uma necessidade de se relacionar de forma diferente com a sociedade", frisou.

PROJETOS EM CURSO

Como parte das iniciativas, a Vale criou um Fórum de Baixo Carbono, liderado por Bartolomeu, mas que conta com diversos funcionários da empresa para guiar a implementação e a entrega dos compromissos assumidos.

Também presente na entrevista, o diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Vale, Luiz Eduardo Osorio, destacou que estão sob análise 35 inciativas por meio de uma ferramenta que permite a ordenação de projetos em termos de custos e potenciais de redução de emissão.

Até o fim do segundo semestre deste ano, já entram em operação alguns projetos pilotos para a redução de emissões, afirmou Osorio.

A Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) irá receber a primeira locomotiva de manobra 100% elétrica, veículos elétricos serão testados em operação subterrânea na Mina de Creighton, no Canadá, e a pelotizadora da Vale em São Luís (MA) substituirá o carvão por biocombustível, explicou.

Ele destacou ainda que a empresa irá restaurar e proteger mais 500 mil hectares de floresta nativa restaurados e protegidos até 2030. Hoje, a empresa já ajuda a proteger mais de 1 milhão de hectares no mundo, segundo o executivo.

Osório afirmou ainda que, além da ambição de neutralizar suas emissões de carbono de escopos 1 e 2 até 2050, a Vale planeja estabelecer uma ambição para o escopo 3, para induzir clientes e fornecedores na mesma direção.

"Nós estamos já em conversas com clientes e fornecedores para que a gente busque na mesma direção o que vamos assumir", disse Osório.

(Por Marta Nogueira, Reportagem adicional de Luciano Costa)