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Dólar dispara acima de R$5 em volta de feriado

12/06/2020 12h57

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar disparava contra o real nesta sexta-feira, superando com folga a marca de 5 reais em ajuste na volta de feriado, depois de uma quinta-feira turbulenta para ativos arriscados de todo o mundo.

A moeda até chegou a desacelerar os ganhos no meio da manhã, mas voltou a ganhar força após o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) reiterar cenário nebuloso para a economia dos EUA no pós-pandemia.

O Fed espera que as finanças das famílias norte-americanas e os balanços das empresas enfrentem "fragilidades persistentes" como resultado do choque da atividade econômica em decorrência da pandemia do coronavírus, informou o banco central em relatório ao Congresso nesta sexta-feira.

Às 12:50, o dólar avançava 1,93%, a 5,0352 reais na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 1,68%, a 5,0635 reais.

Na máxima da sessão, a moeda saltou 3,51%, a 5,1130 reais. Na mínima, ganhou 0,75%, para 4,9770 reais.

Segundo analistas, o movimento deste pregão refletia a aversão a risco que havia tomado os mercados globais na véspera, quando não houve negociações no Brasil devido a feriado bancário.

Na quinta-feira, bolsas de valores e moedas arriscadas de todo o mundo registraram fortes perdas em resposta a projeções econômicas sombrias pelo Federal Reserve, que sinalizou que vai fornecer anos de apoio extraordinário para a economia norte-americana, que tem um longo caminho pela frente até uma recuperação em relação à crise do coronavírus.

As autoridades do banco central dos Estados Unidos projetaram um declínio de 6,5% no Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e uma taxa de desemprego de 9,3% até o final de 2020.

"Ontem, os mercados globais tiveram fortes quedas diante da sinalização mais cautelosa do Fed e de informações de que a doença (Covid-19) voltou a ganhar força em regiões dos EUA que começaram a reverter as medidas de distanciamento social", escreveram analistas do Bradesco em nota.

Com o reiterado tom sombrio do Fed nesta sessão, algumas moedas emergentes ou ligadas a commodities reverteram ganhos de mais cedo ou desaceleraram as altas.

Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, citou em nota "movimento de compensação", com os participantes do mercado partindo para um movimento de recomposição de posições defensivas, acrescentando que a "única certeza que fica é de que a 'rainha volatilidade' deve voltar a exibir forte presença no nosso mercado de câmbio".

Na última sessão, na quarta-feira, o dólar negociado no mercado interbancário fechou em alta de 1,05%, a 4,9398 reais na venda.

Desde o fechamento da última sexta-feira, o dólar acumula alta de cerca de 1% contra o real, caminhando para fechar sua primeira semana de alta em quatro.