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MPF denuncia Wassef por lavagem de dinheiro e peculato em investigação sobre desvios no Sistema S

25/09/2020 14h14

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apresentou uma denúncia à Justiça contra o advogado Frederick Wassef por lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recurso público) em uma investigação sobre suposto desvio de recursos no Sistema S no Estado, conforme denúncia divulgada nesta sexta-feira e obtida pela Reuters.

Wassef e outras quatro pessoas foram denunciadas criminalmente. O advogado já atuou para a família do presidente Jair Bolsonaro, mas a acusação não tem qualquer ligação com o presidente.

Segundo a peça, houve um desvio de 4,6 milhões de reais de recursos do Sesc-RJ e Senac-RJ, por intermédio da Fecomércio com "pagamentos de honorários advocatícios por serviços que efetivamente não foram prestados, relativo a contrato ideologicamente falso".

A acusação imputa a Wassef um desvio de 2,865 milhões de reais entre os meses de dezembro de 2016 e maio de 2017. Parte da denúncia é baseada na delação premiada de Orlando Diniz, um ex-presidente da Fecomércio-RJ que firmou um acordo de delação premiada.

Em nota, Wassef disse que "estão criminalizando a advocacia no Brasil".

"Eu não tenho e nunca tive qualquer relação comercial com a Fecomércio, não fui contratado por eles, não recebi um único centavo desta entidade e jamais negociei com eles", disse o advogado.

Segundo Wassef, ele foi contratado e prestou serviços advocatícios a um escritório de advocacia criminal de São Paulo.

"Os serviços advocatícios foram devidamente prestados, os honorários foram declarados à receita federal e os impostos pagos."

No início do mês, Wassef, e os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Eduardo Martins, filho do atual presidente do STJ, foram alvos, entre outros, de nova fase da Lava Jato, que investiga supostos desvios no Sesc e no Senac do Rio de Janeiro e na Fecomércio-RJ.

(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília, e Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)